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Orquídeas Gostam de Sol ou Sombra?


Orquídea Sophrolaelia Jinn
| Sophrolaelia Jinn |

Esta é uma das dúvidas que mais frequentemente assolam as mentes daqueles que se aventuram a entender o universo das orquídeas. Afinal, trata-se de uma família botânica que é protagonista constante de mitos e vítima de informações desencontradas. Da mesma forma que persiste o dilema quanto ao fato de orquídeas gostarem ou não de água, existe a eterna questão quanto à luminosidade ideal para o cultivo destas plantas.

Afinal, as orquídeas gostam de sol ou sombra? A resposta para esta pergunta está intrinsicamente relacionada ao gênero e espécie de cada representante desta populosa e diversificada família botânica. Existem orquídeas adaptadas à vida sob sol pleno, assim como há aquelas cujo habitat é mais sombreado. Neste contexto, a correta identificação de cada orquidácea é fundamental para que possamos oferecer as condições corretas de cultivo.


Além disso, é igualmente importante que saibamos identificar corretamente as diferentes condições de luminosidade, nos mais variados ambientes, fazendo as devidas associações com as terminologias frequentemente adotadas na jardinagem.

Sendo assim, convencionou-se chamar a condição de sombra aquela onde há bastante luminosidade difusa, indireta, sem que haja a incidência de sol pleno, em nenhum momento do dia. Não se trata, portanto, de um local escuro, de baixa luminosidade.

Indo um pouco além, temos os ambientes de meia sombra, nos quais o sol direto incide parcialmente, apenas nas primeiras horas da manhã ou no finalzinho da tarde. Novamente, nos demais períodos do dia, existe bastante luminosidade indireta.


Por fim, temos a situação que é mais facilmente compreendida, a de sol pleno, onde há a incidência direta dos raios solares, durante a maior parte do dia. Embora sejam menos conhecidas, existem diversas orquídeas que podem ser cultivadas sob esta condição mais extrema.

As chamadas orquídeas de sol pleno são, via de regra, representantes terrestres da família Orchidaceae. São gêneros e espécies que podem ser plantados diretamente no solo, cultivados como uma planta comum de jardim. Por este motivo, estas plantas são popularmente conhecidas como orquídeas de chão ou orquídeas da terra.

Neste sentido, sim, existem orquídeas que gostam de sol, embora sejam espécies menos lembradas pelo público em geral. Nesta categoria, estão plantas como a Arundina graminifolia, popularmente conhecida como orquídea bambu, frequentemente utilizada no paisagismo de áreas externas, em jardins de empreendimentos comerciais e residenciais.

Arundina graminifolia
Arundina graminifolia

Outra orquídea que adora o sol atende pelo nome científico Epidendrum fulgens. Trata-se de uma planta frequentemente encontrada no litoral, incrivelmente resistente, que costuma receber o apelido de orquídea da praia.


Esta é uma espécie frequentemente utilizada na produção de diversos híbridos comerciais, incluindo versões miniaturizadas, ideais para aqueles que não dispõem de muito espaço para o cultivo de suas orquídeas.

Epidendrum fulgens
Epidendrum fulgens

Também são notórias por gostarem de sol as orquídeas rupícolas, assim denominadas porque estão adaptadas à vida sobre as rochas. Na verdade, suas raízes se desenvolvem nos interstícios entre as pedras, onde encontram umidade e detritos acumulados, responsáveis por fornecer nutrientes a estas plantas. Um exemplo clássico desta interessante categoria de orquídeas que gostam de sol é a Laelia lucasiana.

Laelia lucasiana
Laelia lucasiana

Já entre os exemplos de orquídeas que apreciam ambientes de meia sombra, temos os representantes mais conhecidos do público em geral, tais como as inúmeras espécies e híbridos pertencentes aos gêneros Cattleya e Laelia, por exemplo.


Fazem parte deste seleto grupo orquídeas bastante apreciadas pelos colecionadores, que podem atingir cifras elevadas no mercado. É o caso da famosa Cattleya walkeriana, que possui, inclusive, associações de orquidófilos especialmente a ela dedicadas.

Cattleya walkeriana
Cattleya walkeriana

Embora aprecie elevados níveis de luminosidade, esta é uma orquídea que não costuma ser cultivada sob sol pleno. Ela se desenvolve bem em uma condição de luz intensa, mas filtrada, geralmente por uma tela de sombreamento, capaz de reter 50% dos raios solares.

Cattleya labiata
Cattleya labiata

O mesmo ocorre com outra típica orquídea de meia sombra, a Cattleya labiata. Embora possa ser encontrada vegetando sob sol direto, em seu habitat de origem, esta é uma orquídea que costuma ser cultivada sob uma tela de sombreamento, recebendo sol pleno apenas durante os períodos mais amenos do dia, no início da manhã ou no final da tarde.


Esta mesma condição de luminosidade, sem muita sombra, nem muito sol, costuma ser recomendada para o cultivo da maioria das espécies de orquídeas encontradas no mercado, tais como aquelas pertencentes aos gêneros Oncidium e Dendrobium, por exemplo.

Oncidium Aloha 'Iwanaga'
Oncidium Aloha 'Iwanaga'

Mesmo entre as orquídeas de meia sombra, existe uma gradação quanto à luminosidade ideal para o cultivo de cada espécie. Aquelas pertencentes ao gênero Vanda, por exemplo, requerem mais luz do que as espécies de Cattleya. Já os representantes do gênero Oncidium ficam em uma posição intermediária.

Por fim, temos as orquídeas de sombra, ideais para o cultivo dentro de casas e apartamentos. Ao contrário do que a terminologia possa sugerir, não se tratam de espécies que apreciam a escuridão. Ainda assim, comparativamente, estas orquidáceas podem ser cultivadas em ambientes mais sombreados, com bastante luminosidade difusa, indireta. Esta é uma condição tipicamente encontrada em locais próximos a janelas bem iluminadas, preferencialmente face norte.


As orquídeas de sombra também apreciam o sol da manhã, em janelas face leste, desde que os raios sejam filtrados por uma cortina fina. Já em aberturas ou varandas voltadas ao oeste, que recebem o sol mais intenso da tarde, o ideal é dar preferência ao cultivo das orquídeas de meia sombra ou de sol pleno.

Diferentes espécies e híbridos pertencentes ao gênero Phalaenopsis constituem os exemplos mais clássicos de orquídeas de sombra. Estas plantas de crescimento monopodial, de folhas largas e suculentas, podem ser destruídas em questão de minutos, se expostas ao sol direto. É bastante comum observarmos plantas deste gênero botânico com enormes queimaduras, em formato arredondado, constituídas por círculos concêntricos, de coloração amarronzada, resultantes da ação dos raios solares intensos.

Phalaenopsis 'Everspring Prince'
Phalaenopsis 'Everspring Prince'

Outra típica orquídea de sombra é aquela carinhosamente conhecida como sapatinho. Este nome popular engloba diferentes espécies e híbridos pertencentes, majoritariamente, ao gênero Paphiopedilum, conhecido por produzir flores com um labelo modificado, em forma de bolsa, que lhes confere a aparência de um tamanco holandês.


Trata-se de uma orquídea ideal para o cultivo em ambientes mais sombreados, como o interior de casas e apartamentos. Este é outro exemplo de planta de sombra, que pode sofrer sérias queimaduras, se exposta ao sol pleno, nas horas mais quentes do dia.

Paphiopedilum híbrido
Paphiopedilum híbrido

Também bastante popularizada como orquídea de sombra é a espécie Ludisia discolor, comumente conhecida como orquídea pipoca, devido ao formato inusitado de suas pequenas flores brancas, com o centro amarelo vivo.

Ludisia discolor
Ludisia discolor

Esta é uma orquídea terrestre que costuma ser cultivada em função do aspecto ornamental de sua folhagem, de aparência aveludada, na coloração marron, com veios metálicos avermelhados.

Como podemos perceber, a correta identificação de uma orquídea é o primeiro e fundamental passo para sabermos se ela gosta de sol ou sombra. Com mais de 35.000 espécies identificadas, esta família botânica possui representantes adaptados aos mais diferentes níveis de luminosidade.


Além de garantir a sobrevivência e o bom desenvolvimento da orquídea, a luz é essencial para determinar se uma espécie ou híbrido irá florescer adequadamente, na estação apropriada. Plantas cultivadas em condições subótimas de luminosidade, via de regra, têm maiores dificuldades na floração.

Apenas como um guia genérico, a tabela a seguir dá alguns exemplos dos requerimentos, em termos de níveis de luz, apresentados por diferentes gêneros de orquidáceas.

Paphiopedilum              900 fc
Phalaenopsis             1.500 fc
Oncidium           2.000-2.500 fc
Zygopetalum        2.500-3.000 fc
Dendrobium         2.500-4.500 fc
Grammatophyllum    3.000-6.000 fc
Cattleya                 3.500 fc
Dendrobium nobile  6.000-8.000 fc

Vanda                    8.000 fc

Os valores de luminosidade estão expressos em footcandles (fc), antiga medida inglesa que corresponde à luz emitida por uma vela (candle) a uma distância de um pé (foot).

Como podemos observar, há orquídeas para todos os gostos e níveis de luminosidade. O importante é que tenhamos certeza de sua identificação, para somente então podermos fornecer os níveis de luz mais apropriados para cada gênero e espécie.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil