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Suculenta Gasteria


Suculenta Gasteria
Gasteria sp |

Quando falamos sobre suculentas de sombra, a Gasteria ainda é um gênero pouco lembrado. O que é uma pena, já que esta planta de folhas gorduchas apresenta as características ideais para quem dispõe de pouco espaço e níveis baixos de luminosidade, em seu local de cultivo. Neste contexto, as diferentes espécies de Gasteria são recomendadas para quem cuida de plantas dentro de casas e apartamentos. Tudo o que elas precisam é de um local que receba a luz indireta, próximo a uma janela que não deixe passar o sol pleno.

Nunca é demais ressaltar que, muito embora a Gasteria seja considerada uma suculenta de sombra, ela precisa de bastante luminosidade difusa no ambiente, para que seu desenvolvimento ocorra a contento. Em jardinagem, as plantas de sombra são aquelas que não recebem o sol direto em nenhum momento do dia. Já aquelas de meia sombra podem ser expostas ao sol pleno por algumas horas, no início da manhã ou no final da tarde.


Podemos perceber facilmente quando a suculenta Gasteria está sendo cultivada sob níveis subótimos de luminosidade. Sua principal característica é o empilhamento simétrico de suas folhas repletas de água armazenada, sempre dispostas aos pares, crescendo em forma de um leque achatado. Quando a planta não está recebendo luz em quantidade suficiente, este arranjo começa a se desorganizar. As folhas ficam mais finas e compridas, ao mesmo tempo em que passam a crescer em várias direções diferentes, arruinando a simetria característica da suculenta.

Curiosamente, o nome científico da suculenta Gasteria é uma referência ao formato de suas flores. Quem estabeleceu a nomenclatura deste gênero de plantas achou que estas estruturas tinham o formato de um estômago. A palavra gaster, em latim, significa este órgão da anatomia animal, a mesma que serve de sufixo para gastrite ou gástrico.

Os nomes populares da Gasteria, em língua inglesa, no entanto, são mais eloquentes e engraçados. Os apelidos mais comuns desta suculenta são cow tongue ou ox tongue, língua de vaca ou língua de boi. Acho esta analogia mais fidedigna, já que as folhas desta suculenta têm, de fato, a aparência de pequenas línguas empilhadas. Outra característica marcante deste gênero botânico é a coloração destas folhas, que apresentam diferentes padrões pintalgados, semelhantes às peles de répteis. 


O gênero Gasteria ocorre exclusivamente no continente africano, mais especificamente em algumas regiões da África do Sul. Esta é uma suculenta pertencente à família Asphodelaceae, o que a torna parente próxima de representantes dos gênero Aloe (Aloe vera e Aloe juvenna) e Haworthia (Haworthia retusa e Haworthia limifolia), apenas para citarmos alguns exemplos já abordados aqui no blog.

É graças a este parentesco que muitos híbridos intergenéricos, resultantes dos cruzamentos entre Gasteria, Aloe e Haworthia, são produzidos pelos cultivadores comerciais. Não existe um consenso entre os estudiosos quanto ao número exato de espécies de Gasteria encontradas na natureza. Dependendo das condições climáticas onde a planta é cultivada, sua morfologia é drasticamente alterada. Além dessa grande variabilidade, os diversos representantes do gênero são bastante parecidos entre si, o que dificulta sua classificação.

Para contornar esta dificuldade, os especialistas utilizam a anatomia das flores para agrupar as diferentes suculentas Gasteria em espécies. Acredita-se que haja, aproximadamente, cem espécies conhecidas de Gasteria. São todas bastante exóticas, ornamentais e de pequeno porte.


O cultivo da Gasteria é bastante simples e tranquilo. Como não necessita de sol direto para se desenvolver bem, esta é uma suculenta ideal para ser colocada no parapeito das janelas, no interior de casas e apartamentos. Varandas, sacadas e jardineiras externas devem ser usadas com cautela, já que o sol direto, principalmente nas horas mais quentes do dia, pode causar queimaduras nas folhas. Janelas face oeste, em ambientes internos, podem ter a luz filtrada por uma cortina fina, durante a tarde.

A Gasteria aprecia um solo bem aerado, que seja rapidamente drenado, semelhante àquele encontrado em seu habitat de origem. Para alcançar uma consistência mais arenosa, o substrato pode ser composto por partes iguais de terra vegetal e areia grossa de construção. A areia da praia deve ser evitada, devido aos elevados níveis de salinidade presentes no material. Para quem gosta de praticidade, basta comprar um dos diversos substratos prontos à venda em lojas especializadas, próprios para o cultivo de cactos e suculentas.

Como toda suculenta, a Gasteria deve ser regada com moderação. Independentemente da periodicidade, uma nova irrigação somente deve ser efetuada quando o solo estiver completamente seco. Podemos perceber que o momento de regar chegou quando o vaso encontra-se bem leve. Por estar acostumado a este procedimento de checagem, dou preferência aos vasos de plástico. No entanto, é importante ter em mente que este material retém a umidade no substrato por mais tempo, demandando um maior espaçamento entre as regas. O vaso de barro, por outro lado, permite que o solo seque mais rapidamente.


Vivendo em regiões áridas do continente africano, a suculenta Gasteria está habituada a solos mais pobres em nutrientes. Portanto, não há a necessidade de adicionar adubos orgânicos ao substrato. Uma formulação específica para cactos, de manutenção, do tipo NPK, é suficiente para garantir um bom desenvolvimento da planta. Como é muito difícil que a Gasteria floresça, em ambientes internos, o fertilizante utilizado para estimular o surgimento de flores, mais rico em fósforo, pode ser deixado de lado.

A suculenta Gasteria pode ser multiplicada através de sementes, mas este é um processo que demora bastante. Além disso, é sempre arriscado comprar sementes de suculentas no mercado, já que há muito material falsificado à venda. Felizmente, esta é uma planta que se propaga facilmente através de folhas destacadas da matriz. Basta deixá-las descansando, em um local arejado, por alguns dias, até que o corte cicatrize, e colocá-las em um berçário, para que enraízem e produzam novas mudas.

Outra forma bastante simples de propagação desta suculenta é através da separação de brotos laterais, que surgem espontaneamente a partir da base da planta principal. Eu, particularmente, evito este procedimento para favorecer a formação de uma mini touceira de Gasteria, que fica bastante ornamental. Esta é uma das minhas suculentas de sombra preferidas. Extremamente resistente, de aparência diferenciada e ornamental, ela é ideal para quem está começando a formar sua coleção de plantas gorduchas.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil