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Planta Mosaico - Fittonia albivenis


Planta Mosaico - Fittonia albivenis
| Fittonia albivenis |

Esta é uma folhagem ornamental que, devido ao espetáculo de suas cores e padrões variados, nem precisaria florescer para chamar a atenção e encher de vida qualquer ambiente. A planta mosaico, ou simplesmente fitônia, é a grande estrela no micro paisagismo de terrários nas mais diferentes formas e tamanhos. Além disso, devido à sua tolerância a ambientes mais sombreados, é uma escolha perfeita para os que desejam trazer um pouco da exuberância tropical para dentro de casas e apartamentos, ainda que em uma escala diminuta.

Neste contexto, a fitônia é a primeira planta que nos vem à mente quando pensamos em decorar banheiros e lavabos. A planta mosaico adora ambientes úmidos e sombreados. Desde, é claro, que eles tenham uma boa luminosidade, ainda que difusa ou indireta. Planta alguma é capaz de sobreviver no breu total.


Mas, ao contrário de orquídeas, cactos e suculentas, que costumam exigir níveis mais elevados de luz solar, a fitônia pode ser mantida saudável em ambientes que recebem a chamada sombra ou meia sombra, que estão expostos a apenas poucas horas de sol por dia ou somente luz indireta.

A planta mosaico foi assim apelidada graças ao intricado padrão que suas nervuras coloridas desenham em suas folhas. Por este motivo, a fitônia é conhecida no exterior como nerve plant. As plantas que encontramos no mercado são, em sua maioria, variedades da espécie botânica Fittonia albivenis. O gênero Fittonia foi assim nomeado em homenagem a Elizabeth e Sarah Mary Fitton, escritoras irlandesas que viveram no século XIX. Devido à já conhecida confusão dos nomes científicos que mudam a todo instante, também é possível encontrar a fitônia com estas nomenclaturas alternativas: Fittonia argyroneura ou Fittonia verschaffeltii. Para piorar, alguns consideram estas espécies distintas.

Planta Mosaico - Fittonia albivenis
Fittonia albivenis

Como vemos nas fotos que ilustram este artigo, as folhas apresentam um tom de verde bem fechado, com nervuras em cores diferentes. Elas podem ser brancas, rosadas ou em um tom bem intenso de vermelho, que contrasta lindamente com o fundo verde musgo. Há, inclusive, uma planta mosaico com as folhas naturalmente amarelas, com belíssimos veios avermelhados. Esta forma é mais difícil de ser vista no mercado. Além disso, podemos encontrar variedades com as bordas lisas ou onduladas. A fitônia verde com veios brancos é a forma tipo, vindo daí o nome científico albivenis.


O engraçado é que já li artigos sobre a fitônia, em que as folhas são descritas como sendo vermelhas com nervuras verdes. Obviamente, trata-se de um equívoco, já que, ao olharmos atentamente para estas estruturas, percebemos claramente a venação em diferentes tons de branco, rosado ou vermelho.

Aqui no apartamento, temos as variedades branca e vermelha, que são os extremos da paleta de cores comumente encontradas nos garden centers. Gosto tanto desta planta que ainda pretendo adquirir fitônias de outras tonalidades, intermediárias. A forma com folhas amarelas e nervação vermelha eu nunca encontrei à venda.

A planta mosaico, Fittonia albivenis, pertence à família botânica Acanthaceae, que abriga milhares de espécies de grande interesse econômico, graças às suas características ornamentais. A fitônia, particularmente, é típica de úmidas florestas tropicais localizadas no continente americano, ocorrendo predominantemente no Peru. Também pertence a esta família a famosa planta confete, Hypoestes phyllostachya, que já foi tema de um artigo aqui no blog.

Cuidar da fitônia é bastante simples. O importante é protegê-la do sol direto e dos ventos constantes, fatores que aceleram a desidratação da planta. Assim como acontece com o lírio da paz, a planta mosaico costuma desmaiar quando falta água. Felizmente, na maioria dos casos, a fitônia consegue se recuperar rapidamente, uma vez que a irrigação seja retomada. Para evitar que estes sustos ocorram, o importante é manter a terra sempre levemente úmida, não encharcada. Os vasos de plástico, embora não sejam muito decorativos, ajudam a manter a umidade por mais tempo. Sempre existe a possibilidade de colocá-los dentro de cachepots mais atraentes. Neste caso, é importante esperar que a água escoe bem, após as regas, antes de colocar os vasos de volta nos cachepots.


Fontes de água, bandejas com água e pedrisco ou até mesmo umidificadores de ar podem ser úteis para propiciar um ambiente de cultivo mais saudável para a fitônia. Por este motivo, e devido à praticidade, muitos cultivadores gostam de inserir a planta mosaico em terrários, principalmente os fechados, onde as condições climáticas são mais facilmente controladas. Para plantas cultivadas em terrários abertos ou em ambientes internos, vale dar algumas borrifadas de água ao longo dos dias mais quentes.

A aparência das folhas da fitônia muda completamente após uma boa rega. Elas se tornam mais exuberantes, com uma textura mais túrgida. Por esta razão, é fácil perceber quando elas começam a ameaçar um desmaio. A planta mosaico começa a dar sinais de enrugamento, pouco antes de a cena dramática acontecer.

Embora a Fittonia albivenis aprecie solos férteis, ricos em matéria orgânica, ela também pode ser mantida apenas com adubação química, do tipo NPK. Eu costumo evitar adubos orgânicos devido aos odores desagradáveis que costumam exalar, além do fato de atraírem insetos. Para quem cultiva plantas dentro de casas e apartamentos, este é um aspecto negativo da adubação orgânica. Além disso, como a fitônia costuma ser cultivada pela beleza de suas folhas, e devido à importância ornamental secundária de suas flores, nem sempre é necessário investir em adubos elaborados, que estimulem a floração.


A multiplicação da planta mosaico é bastante tranquila. Ela pode ocorrer através da divisão das touceiras ou através de estaquias, onde as ponteiras são cortadas e plantadas separadamente. Este processo também auxilia no adensamento da folhagem remanescente, com o surgimentos de novas brotações laterais, a partir dos caules cortados. As novas ponteiras poderão ser colocadas em recipientes com água, para que seu enraizamento ocorra com maior eficiência. É importante lembrar de trocar a água com frequência, para que não haja o desenvolvimento de larvas do mosquito da dengue. Assim que um bom número de raízes tiver se desenvolvido na água, a muda pode ser plantada em terra, no vaso definitivo.

Em resumo, o pequeno porte, a facilidade de cultivo, e a grande variedade de cores e padrões, são características que tornam a fitônia ou planta mosaico uma aquisição irresistível para nossas coleções, principalmente para os cultivadores de apartamento. É o tipo da planta que me deixa bastante confiante no cultivo, já que é mais difícil de matar. Ela pode atá ameaçar, mas sempre acaba se recuperando.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil