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Orquídea Dendrobium lindleyi


Orquídea Dendrobium lindleyi
| Dendrobium lindleyi |

Esta é uma orquídea que demorou a florescer, aqui no apê. Venho cultivando este Dendrobium lindleyi há dois anos, sem que ele desse qualquer sinal de floração. Este ano, durante o auge da primavera, nos meses de outubro e novembro, eis que uma haste floral inédita fez seu début, aqui na sacada do apartamento. São flores belíssimas, em um tom amarelo gema, relativamente grandes, quando comparadas à parte vegetativa da orquídea.

Conhecida como Dendrobium lindleyi, em homenagem ao botânico inglês John Lindley, esta orquídea do gênero Dendrobium é típica de diversos países asiáticos, tais como China, Laos, Tailândia e Vietnã. A espécie também pode ser encontrada como Dendrobium aggregatum. Trata-se de uma orquídea epífita, de pequeno porte, cuja floração costuma ser abundante, consistindo em longas hastes repletas de avantajadas flores amarelas. No meu caso, apesar de possuir uma planta com um bom aspecto vegetativo e inúmeros pseudobulbos, obtive uma floração modesta, com apenas uma haste portando três flores.


Como resultado, a haste floral permaneceu ereta, facilitando em muito a obtenção da foto que ilustra este artigo. Geralmente, devido ao maior número de flores, os cachos acabam tornando-se pendentes, proporcionando um espetáculo de floração. Fato que, infelizmente, é muito raro de ser observado, aqui no apartamento. Ainda assim, fiquei bastante feliz com esta floração. Os botões do Dendrobium lindleyi possuem a característica morfologia encontrada em todas as orquídeas deste gênero, com uma protuberância na parte traseira, junto ao pecíolo.

Aqui no blog, já apresentamos várias orquídeas, do gênero Dendrobium, que apresentam botões florais neste formato, como a popular Denphal, o Dendrobium Stardust, o híbrido conhecido como orquídea olhos de boneca, bem como as espécies Dendrobium kingianum, Dendrobium loddigesii, Dendrobium purpureum album e Dendrobium victoria-reginae.

Orquídea Dendrobium lindleyi
Dendrobium lindleyi

O cultivo desta orquídea, Dendrobium lindleyi, é um pouco mais dificultado devido às grandes mudanças que precisam ser aplicadas nos regimes de regas e adubação, dependendo da estação do ano. Durante os meses do verão, quando novos pseudobulbos estão em fase de desenvolvimento, as regas precisam ser abundantes. O substrato pode ser mantido mais úmido, neste período. No final do outono, e durante todo o inverno, porém, é necessário aplicar o chamado stress hídrico, procedimento através do qual as regas são drasticamente reduzidas. A adubação também pode ser suspensa, neste período. 

O substrato mais seco, combinado com a queda de temperatura e diminuição de nutrientes, sinalizará à planta que a época de floração se aproxima. Tomadas estas precauções, as hastes florais devem começar a surgir com a chegada da primavera. Nesta ocasião, as regas podem ser retomadas. Caso o Dendrobium lindleyi seja regado normalmente, durante o outono e inverno, é bem provável que suas flores não surjam, na primavera.


Esta é uma orquídea que se desenvolve melhor quando cultivada em placas de madeira ou troncos cortados. Cascas de peroba, por serem bastante rugosas, também são bons suportes para a fixação das raízes do Dendrobium lindleyi, que apresenta o hábito de vida epífito, em seu habitat de origem. Para quem dispõe de árvores no quintal, esta é uma orquídea ideal para ser cultivada em seus troncos. Neste caso, a grande vantagem é que a planta dispensa maiores cuidados, como regas e adubação. Tudo o que ela necessita é fornecido pela natureza.

No ambiente doméstico de cultivo, como esta situação nem sempre é viável, principalmente dentro de casas e apartamentos, podemos recorrer aos vasos, para o cultivo do Dendrobium lindleyi. Preferencialmente, o material deve ser a terracota, que é mais porosa e permite que o substrato seque mais rapidamente. Existem vasos de barro apropriados para o cultivo de orquídeas epífitas, mais largos e rasos, com furos nas laterais. Caso o cultivador opte pelos vasos de plástico, convém espaçar mais as regas, já que o material tende a reter a umidade por mais tempo.


O substrato pode ser aquele típico para o cultivo de orquídeas epífitas, composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Eu costumo dar preferência ao material que é vendido pronto e misturado, em casas especializadas, por já ter sofrido um tratamento que remove o excesso de tanino da madeira nele contida. Alternativamente, pode-se utilizar o musgo sphagnum, que é bem apropriado para manter um bom nível de umidade junto às raízes, sem que elas fiquem demasiadamente encharcadas. Como o ambiente aqui na varanda do apartamento é muito seco, tenho obtido bons resultados, no cultivo do Dendrobium lindleyi, usando a combinação do vaso de plástico com o musgo sphagnum, como substrato.

Como sempre, o uso do pratinho sob o vaso não é recomendável, uma vez que o acúmulo de água pode causar o apodrecimento das raízes do Dendrobium lindleyi. Como toda orquídea epífita, esta espécie é bastante sensível ao excesso de umidade. Outra característica, que é compartilhada por outras espécies do gênero, é a necessidade de elevados níveis de luminosidade, para que florações satisfatórias ocorram. Embora tolere algum sol direto, principalmente no início da manhã e no final da tarde, o Dendrobium lindleyi aprecia a luz intensa, porém filtrada. O ideal é que os raios solares sejam atenuados por uma tela de sombreamento, capaz de reter 50% da incidência de luz.


Outro fator importante, para que o Dendrobium lindleyi se desenvolva e floresça a contento, é a adubação. Durante o período de crescimento e maturação dos pseudobulbos, fórmulas para manutenção e floração podem ser alternadas. A primeira fornece níveis equilibrados de NPK, com macro e micronutrientes. A segunda possui uma maior quantidade de fósforo, que ajuda a estimular o surgimento de flores. Eu costumo aplicar estes adubos semanalmente, em doses diluídas. Como uma regra geral, aplico metade da dose recomendada pelo fabricante. Sempre lembrando que, durante o outono e inverno, o fornecimento de todo tipo de adubação é interrompido, juntamente com o stress hídrico.

Consideradas orquídeas mais temperamentais, as diferentes espécies do gênero Dendrobium podem apresentar alguma relutância em florescer, principalmente quando cultivadas em ambientes internos. O importante é fornecer bastante luminosidade, além de submeter a orquídea a uma brusca mudança climática, na transição do verão para o inverno. Por ser uma típica mini orquídea, de florações relativamente grandes e vistosas, o Dendrobium lindleyi é perfeito para quem dispõe de espaços reduzidos de cultivo. Trata-se de uma espécie suis generis, que recompensa o cultivador com fartos cachos de flores amarelas, quando bem cultivada.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil