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Orquídea Cattleya aclandiae


Orquídea Cattleya aclandiae
| Cattleya aclandiae |

Esta é uma orquídea que, apesar de apresentar um porte compacto, do ponto de vista vegetativo, ostenta flores comparativamente grandes. A Cattleya aclandiae surpreende pelo contraste das pétalas e sépalas pintalgadas, que podem ocorrer em diferentes colorações, com o esfuziante labelo magenta. Também é digna de nota a diferença na textura do labelo, mais delicada, lembrando um papel de seda, quando comparada às demais estruturas, de aspecto coriáceo e textura mais rígida.

Também existem belíssimas formas de Cattleya aclandiae albescens, onde o padrão de pintas é menos intenso e o fundo esverdeado. Neste caso, o labelo é branco. Já a forma alba apresenta as pétalas e sépalas verdes, em um tom mais claro, sem pintas, com o labelo também na coloração branca.


A orquídea Cattleya aclandiae é uma espécie exclusivamente brasileira, endêmica do estado da Bahia. Ela não é encontrada nativamente em nenhum outro local do mundo. Assim como outras espécies do gênero Cattleya, a espécie aclandiae foi descoberta nos primórdios da orquidofilia, ainda no século XIX. Sua descrição foi realizada pelo botânico inglês John Lindley, em 1840.

Lady Thomas Ackland foi a responsável por fazer a ilustração botânica desta orquídea, para que seu registro fosse oficializado por Lindley. Como uma homenagem, ele nomeou a espécie como Cattleya acklandiae, uma forma latinizada do sobrenome da artista. Atualmente, no entanto, a grafia mais utilizada é Cattleya aclandiae, sem o 'k'.

Pertencente a um seleto grupo de orquídeas bifoliadas, assim conhecidas pelo fato de seus pseudobulbos produzirem duas, às vezes três, folhas apicais, a Cattleya aclandiae é a espécie de menor porte nesta categoria. Aqui no blog, já apresentamos outras orquídeas bifoliadas de maior porte, como a Cattleya schilleriana, Cattleya bicolor, Cattleya amethystoglossa, Cattleya loddigesii, Cattleya forbesii, e Cattleya intermedia, estas duas últimas também apresentando um porte mais compacto.


No entanto, a Cattleya aclandiae é a campeã, no quesito pouca altura. Trata-se de uma orquídea de hábito epífito, que vive com as raízes aderidas aos troncos das árvores localizadas na faixa de Mata Atlântica que cobre as áreas mais ao sul do território baiano, em regiões litorâneas.

A Cattleya aclandiae é uma típica orquídea de crescimento simpodial. Isso significa que ela vai emitindo novos pseudobulbos, sequencialmente, de modo que a frente da planta está sempre mudando de lugar. É por este motivo que, frequentemente, as orquídeas simpodiais escapam do vaso, após alguns anos de cultivo.

Ainda que muitas orquídeas epífitas possam ser cultivadas em vasos, a Cattleya aclandiae costuma se desenvolver melhor em outros materiais, tais como troncos de árvores, ripas de madeira, com ranhuras, cachepots de madeira vazados, pedaços de casca de peroba, entre outros materiais de composição resistente e superfície rugosa. Na natureza, suas raízes beneficiam-se da vida ao ar livre, recebendo apenas a umidade do ambiente e as chuvas.


A vantagem do cultivo de orquídeas em vaso, no ambiente doméstico, é que este recipiente ajuda a manter a umidade em torno das raízes por mais tempo. Este sistema é indicado para quem mora em locais de clima muito seco. Além disso, no interior de casas e apartamentos, a umidade relativa do ar tende a ser menor, de modo que o vaso se torna um aparato útil.

No entanto, é importante que ele tenha furos no fundo e uma camada de drenagem. O vaso de barro é mais poroso e permite que o substrato seque mais rapidamente. No caso do vaso de plástico, as regas devem ser bem mais espaçadas, já que o material retém a umidade em seu interior por mais tempo.

A orquídea Cattleya aclandiae aprecia um substrato bem aerado, rapidamente drenável, quando cultivada em vasos. Casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco estão entre os materiais mais comumente utilizados no cultivo de orquídeas epífitas. No entanto, bons resultados podem ser obtidos com casca de macadâmia ou brita pura.


Como todas as espécies do gênero, a Cattleya aclandiae necessita de uma luminosidade intensa para se desenvolver e florescer adequadamente. No entanto, o sol direto das horas mais quentes do dia deve ser evitado. A condição ideal para o cultivo desta orquídea é a luminosidade filtrada por uma tela de sombreamento, capaz de reter 50% da radiação solar incidente. Dentro de casas e apartamentos, é mais desafiador conseguir os níveis de luminosidade e umidade ideais para fazer com que esta orquídea prospere.

No entanto, coberturas e sacadas ensolaradas são ambientes perfeitos para a Cattleya aclandiae, desde que não haja correntes excessivas de vento. A combinação de sol direto e vento faz com que a planta perca água muito rapidamente, prejudicando seu desenvolvimento. Em andares muito altos, vale proteger a orquídea com anteparos ou outro tipo de vegetação, para que ela não se desidrate com as ventanias.

Ainda que muitos cultivadores prefiram a adubação orgânica, ela é mais complicada de ser aplicada, principalmente quando a Cattleya aclandiae é cultivada como epífita, com as raízes aéreas. Os adubos inorgânicos apresentam a praticidade de poderem ser aplicados com um pulverizador, além de conterem a proporção correta de todos os elementos químicos essenciais ao metabolismo da orquídea. Geralmente, alterno fórmulas NPK de manutenção e floração, semanalmente, utilizando metade da dose recomendada pelo fabricante. É sempre importante ter em mente que o excesso de adubo é mais prejudicial do que sua falta, uma vez que as orquídeas estão adaptadas ao fornecimento ocasional e escasso de nutrientes, em seu habitat de origem.


A propagação comercial da Cattleya aclandiae costuma ser feita através da germinação de sementes em laboratórios especializados. Além disso, plantas excepcionais podem ser clonadas e multiplicadas através do cultivo de tecidos meristemáticos. No ambiente doméstico, embora possível, a realização deste tipo de procedimento é bastante trabalhosa. É fundamental ter em mente que a coleta de orquídeas da natureza é proibida por lei. Do mesmo modo, é crime adquirir plantas coletadas ilegalmente de seus habitats nativos.

O método mais comumente utilizado para multiplicar a Cattleya aclandiae é através da divisão da touceira. É sempre importante manter ao menos três pseudobulbos em cada segmento, para que a planta tenha reservas de nutrientes para emitir novas brotações. Ainda que seja tentador obter novas mudas de Cattleya aclandiae, deixá-la se desenvolvendo à vontade, sem cortes, é extremamente recompensador, principalmente quando uma floração simultânea acontece, após anos de cultivo, tipicamente durante os meses de verão e outono.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil