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Orquídea Cattleya amethystoglossa


Cattleya amethystoglossa
Cattleya amethystoglossa |

Confesso que tenho uma queda pelas orquídeas pintalgadas. E, dentre a grande variedade de espécies e híbridos existentes no mercado, a Cattleya amethystoglossa ocupa um lugar de destaque entre as minhas preferidas. Suas pétalas e sépalas sempre exibem um padrão delicado de pintas em diferentes tonalidades de púrpura, pinceladas sobre um pano de fundo que vai do branco ao pink mais intenso, passando por diversas gradações de matizes. Como toque final, sobressai-se o labelo imponente, em um tom bem vivo de magenta. Tecnicamente, a cor é ametista, o que serviu de inspiração para o nome da espécie, amethystoglossa.

Há, ainda, uma belíssima variedade denominada Cattleya amethystoglossa aurea, que exibe as mesmas pintas avermelhadas sobre um fundo dourado. Já a forma alba, como é de se esperar, não apresenta pinta alguma. Neste caso, o labelo também é branco. Há ainda exemplares que ostentam pintas em tons diferenciados, como salmon ou caeruleo. Em todas as versões desta bela orquídea pintalgada, cada flor parece ter sido diligentemente pintada à mão, havendo interessantes variações em uma mesma planta.


A Cattleya amethystoglossa é bastante próxima à Cattleya guttata, tendo sido considerada uma variedade desta última, à época de seu descobrimento. Ambas são exemplos de espécies bifoliadas, dentro do diversificado gênero Cattleya. No caso da Cattleya amethystoglossa, podem ser encontrados pseudobulbos longos e delgados portando até três folhas. Esta espécie de orquídea forma volumosas touceiras que podem chegar a um metro de altura.

Trata-se de uma espécie exclusivamente brasileira, que ocorre predominantemente no estado da Bahia, onde foi descoberta, em 1856. Ocasionalmente, a presença da Cattleya amethystoglossa também foi reportada em outros estados, como Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco.

Em seu habitat original, a Cattleya amethystoglossa pode ser encontrada vegetando tanto sob a forma epífita, aderida aos troncos de palmeiras, como rupícola, com as raízes apoiadas sobre rochas. Esta espécie está habituada a climas quentes e úmidos, estando constantemente exposta a elevados níveis de luminosidade.


A floração da Cattleya amethystoglossa é um espetáculo à parte. Uma única haste pode produzir até trinta flores, muito embora o número mais comumente observado, no cultivo doméstico, fique entre quatro e oito flores por haste. Ainda assim, é uma quantidade generosa. Esta é uma orquídea que floresce predominantemente entre os meses de agosto e outubro, no final do inverno e durante a primavera. Dependendo das condições climáticas do habitat em que esta espécie se encontra, pode ocorrer uma floração no mês de maio, durante o outono.

A Cattleya amethystoglossa precisa estar exposta a uma quantidade generosa de luz solar, requisito difícil de ser satisfeito dentro de casas e apartamentos. Em interiores, a orquídea precisa estar bem próxima a uma janela ensolarada, preferencialmente face norte. Varandas e coberturas são perfeitas para o cultivo da Cattleya amethystoglossa, que aprecia a luminosidade filtrada por uma tela de sombreamento capaz de reter 50% da radiação solar. Ainda que aprecie o sol direto do início da manhã ou final da tarde, a orquídea deve ser protegida do sol forte que incide nas horas mais quentes do dia, principalmente durante o verão.

Esta é uma espécie de orquídea bastante versátil, no que diz respeito à sua forma de cultivo. Como rupícola, ela pode ser cultivada diretamente em um vaso com brita pura. As regas devem ser frequentes, de modo a evitar que os pseudobulbos fiquem ressecados. Alternativamente, a Cattyela amethystoglossa pode ser cultivada sob a forma epífita tradicional, aderida aos troncos de árvores, pedaços de madeira, cachepots vazados ou cascas de peroba, entre muitas outras possibilidades de suportes.


Por fim, há ainda a possibilidade de se cultivar a Cattleya amethystoglossa em vasos, sejam eles de plástico ou barro, por uma questão de praticidade. Este sistema é ideal para ambientes de cultivo onde a umidade relativa do ar não é muito elevada. Os vasos de cerâmica, com furos nas laterais, permitem um bom arejamento das raízes, facilitando sua secagem após as regas. Já os vasos de plástico apresentam a vantagem de serem mais leves, podendo ser pendurados com mais segurança. Neste caso, o material irá reter a umidade do substrato por um período mais prolongado.

A natureza do substrato vai depender das condições climáticas de cada cultivador e deve ser conjugada com as características do vaso escolhido. O material mais comumente utilizado para o cultivo de orquídeas epífitas é a mistura de casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Além disso, diversos cultivadores experientes têm relatado bons resultados com o uso da casca de macadâmia como substrato para orquídeas.

A frequência das regas não deve estar sujeita a um regime fixo, variando conforme a estação do ano e o clima local. Em varandas de apartamentos, em andares altos, por exemplo, o excesso de vento pode fazer com que as regas precisem ser mais frequentes. Já em ambientes mais úmidos, esta periodicidade precisa ser menor. O importante é manter a umidade relativa do ar em níveis acima de 60%, através de outros mecanismos que não a irrigação direta do vaso. Em ambientes muito secos, como casas e apartamentos, uma bandeja umidificadora pode ser utilizada sob o vaso. Neste caso, qualquer recipiente com uma camada de areia, brita ou pedrisco, e uma lâmina de água ao fundo, pode elevar os níveis de umidade no microclima ao redor da orquídea.


A adubação da Cattleya amethystoglossa é um capítulo à parte. Todo cultivador de orquídeas tem suas preferências. O importante é que o correto balanço de macro e micronutrientes seja fornecido à planta, em proporções adequadas a cada fase do seu desenvolvimento. Esta condição pode ser satisfeita através do uso de um adubo orgânico, que pode ser bokashi, torta de mamona ou farinha de osso, entre outros, ou fertilizantes inorgânicos, do tipo NPK. Neste caso, por praticidade, existem formulações próprias para as etapas de crescimento, manutenção e floração das orquídeas, com diferentes proporções de nitrogênio, fósforo e potássio.

Aqui no apartamento, costumo alternar fórmulas NPK de manutenção e floração, semanalmente, utilizando metade da dose recomendada pelo fabricante. Não me atenho a uma marca específica, apenas dou preferência a formulações específicas para orquídeas, facilmente encontradas no mercado.

A Cattleya amethystoglossa é uma orquídea imponente, de grande porte e fartas florações. Considerada de fácil cultivo e bastante resistente, ela é uma joia que abrilhanta qualquer coleção de orquídeas.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil