Orquídeas no Apê
MENU

Orquídeas

Suculentas

Cactos

Plantas Ornamentais
Orquídeas no Apê
DESTAQUES

Espécies de Suculentas

Espécies de Orquídeas

Espécies de Cactos

Espécies de Plantas Ornamentais

Suculentas de Sombra Orquídeas de Sombra

Suculentas de Sol Pleno Orquídeas de Sol Pleno

Fotos de Orquídeas Fotos de Suculentas

Orquídeas no Apê

Suculenta Rosa de Pedra


Suculenta Graptoveria 'Fantome'
| Graptoveria 'Fantome' |

O aspecto mais fascinante do cultivo de suculentas, na minha opinião, é a possibilidade de ver flores o ano todo, sem que, de fato, as plantas estejam em floração. Existem diversos gêneros e espécies que se caracterizam pela simetria radial de suas folhas suculentas, organizadas em mandalas bastante ornamentais. Nem todas as suculentas se apresentam desta forma. Contudo, aquelas que o fazem costumam receber o apelido de rosas de pedra ou flores de pedra. Ao longo deste artigo, veremos alguns exemplos de plantas suculentas e suas belíssimas rosetas.

São dois os fatores preponderantes para que algumas plantas suculentas sejam conhecidas como rosas de pedra. Em primeiro lugar, a disposição de suas folhas, distribuídas radialmente em torno de um eixo de crescimento central. O aspecto gorducho destas estruturas não é um capricho da natureza. Trata-se de uma adaptação para que a planta sobreviva em ambientes áridos, com pouca disponibilidade de água. Sucus, em latim, significa suco ou seiva. Portanto, plantas suculentas possuem a capacidade de armazenar água em suas estruturas vegetais.


Em segundo lugar, as folhas de algumas plantas suculentas são recobertas por uma substância cerosa, que lembra um fino pó translúcido, chamada pruína. Este acabamento confere à planta um aspecto mais fosco, uma aparência meio empoeirada. Combinada com a coloração acinzentada que muitas suculentas em forma de roseta exibem, a cobertura de pruína dá a contribuição adicional para que estas plantas sejam chamadas de rosas de pedra.

É comum que muitos se perguntem qual o nome científico da suculenta rosa de pedra. Na verdade, existem várias plantas, com nomes científicos diferentes, que recebem esta denominação popular. Geralmente, algumas espécies pertencentes aos gêneros Echeveria, Graptopetalum e Orostachys são conhecidas como rosas de pedra.

Estes três gêneros de plantas suculentas fazem parte da família botânica Crassulaceae, bastante apreciada pelos colecionadores. O gênero Echeveria talvez seja o mais amplamente cultivado como planta ornamental. Nem todas as espécies de Echeveria, no entanto, são conhecidas como rosas de pedra. Existem exemplares belíssimos, mas que não possuem este acabamento empoeirado. É o caso da Echeveria 'Black Prince', que já foi tema de um artigo aqui no blog, cujas flores são brilhantes, quase negras.


Neste contexto, a Echeveria elegans talvez seja a mais famosa representante do gênero que é popularmente chamada de rosa de pedra. Por ser originária de regiões semi-desérticas do México, esta espécie também é conhecida como bola de neve mexicana. Aqui no apartamento, ainda não cultivei esta suculenta. Mas tenho na coleção um híbrido resultante do cruzamento entre a Echeveria elegans e o Graptopetalum paraguayense, chamado Graptoveria 'Fantome'. Trata-se da suculenta rosa de pedra apresentada na foto de abertura deste artigo.

Suculenta Graptoveria 'Fantome'
Graptoveria 'Fantome'

Embora também seja conhecida como planta fantasma, a espécie Graptopetalum paraguayense é outra cuja aparência nos remete à imagem de uma flor de pedra. Bastante comum nas coleções, esta suculenta rosa de pedra está em toda parte. Cresce rapidamente, formando magníficas touceiras que ficam pendentes com o tempo. É uma planta de fácil cultivo, por requerer pouca manutenção. Tudo o que ela precisa é de muito sol e pouca água.

A planta fantasma recebeu este apelido justamente devido ao seu aspecto empoeirado e sua coloração pálida. No entanto, muitos cultivadores de suculentas consideram esta espécie, Graptopetalum paraguayense, a verdadeira rosa de pedra.

Suculenta Graptopetalum paraguayense
Graptopetalum paraguayense

Na disputa pelo título, também encontra-se uma representante de outro gênero botânico, menos conhecido, Orostachys. A seu favor, a espécie Orostachys boehmeri apresenta a vantagem de já ser popularmente conhecida como suculenta rosinha de pedra. Apesar de também possuir folhas suculentas organizadas em forma de roseta, esta planta diferencia-se das demais pela capacidade de emitir estolões, caules modificados que lançam novos brotos por todos os lados. Ao atingirem o solo, estas brotações produzem novas mudas. Há ainda a possibilidade de que estes estolões fiquem pendentes, formando um emaranhado de rosinhas de pedra.

Suculenta Orostachys boehmeri
Orostachys boehmeri

Confrontada com a rusticidade e facilidade de cultivo das demais rosas de pedra anteriormente apresentadas, a rosinha de pedra é uma suculenta mais delicada e de cultivo um tanto quanto complicado, ao menos aqui no apartamento. Já mudei meu exemplar de lugar várias vezes, mas ele detestou todos. Contudo, ainda não morreu, o que já é um bom sinal.


Ainda assim, cuidar da suculenta rosa de pedra é bastante tranquilo. O primeiro passo é identificar corretamente o gênero e espécie que temos em mãos, já que há várias plantas com este apelido. Em todos os casos, quanto mais luminosidade puder ser fornecida à planta, mais compactas serão suas rosetas, e melhor será seu desenvolvimento. Ainda que as rosas de pedra tolerem sol pleno, convém fazer a transição gradualmente, para evitar que queimaduras ocorram em suas folhas.

Caso sejam cultivadas em locais sombreados, principalmente dentro de casas e apartamentos, as suculentas rosas de pedra tendem a ficar estioladas, perdendo a aparência característica responsável pelo apelido que as tornou famosas. Sob estas condições não ideais de cultivo, as plantas ficam mais finas e compridas. Popularmente, costuma-se dizer que ficaram pescoçudas. O melhor método para corrigir esta situação é realizar uma poda drástica, conhecida como decapitação da suculenta.

O vaso para o cultivo da suculenta rosa de pedra pode ser de barro ou de plástico. O importante é que a periodicidade das regas seja ajustada de acordo com o material escolhido. Vasos de barro, por serem mais porosos, permitem que o substrato seque mais rapidamente. Já os vasos de plástico tendem a reter a umidade por mais tempo. De qualquer maneira, o importante é somente regar a planta quando o substrato estiver seco. Para fazer a verificação, basta colocar o dedo sobre o solo e afundar levemente. Se estiver úmido, não se deve regar. Para facilitar o processo, eu costumo evitar aquela camada de pedrisco branco por cima do substrato, que tem função apenas decorativa e dificulta esta aferição do nível de umidade.


Também é importante, no cultivo da suculenta rosa de pedra, evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e contribuir para o apodrecimento das raízes. O maior inimigo dos cactos e suculentas é o excesso de água.

Tomados estes cuidados, poderemos ter flores o ano todo, ainda que pétreas. Nem sempre, sob nossas condições de cultivo doméstico, dependendo da luminosidade, as suculentas rosas de pedra conseguem produzir flores de verdade. Muitos colecionadores, inclusive, evitam que suas suculentas floresçam, já que as hastes costumam ter importância ornamental secundária, além de ocasionarem um grande gasto de energia por parte da planta. As suculentas do gênero Orostachys, por exemplo, morrem após a floração. É um fenômeno normal de seu ciclo de vida.

Com ou sem flores, as rosas de pedra trazem beleza e diversidade a qualquer coleção. Quando bem cultivadas, formam densas touceiras que são um espetáculo para os olhos. Na minha opinião, sempre vale a pena ter várias na coleção.

Publicado em: | Última atualização:





Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil