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Echeveria 'Topsy Turvy'


Echeveria runyonii 'Topsy Turvy'
| Echeveria runyonii 'Topsy Turvy' |

As plantas suculentas pertencentes ao gênero botânico Echeveria destacam-se por suas folhas espessas, organizadas em forma de esculturais rosetas, cuja aparência nos remete a flores petrificadas. Não por acaso, muitas delas são popularmente conhecidas como rosas de pedra. Nesta direção, e um passo além, a suculenta em destaque neste artigo, Echeveria runyonii 'Topsy Turvy', não somente apresenta esta organização típica de simetria radial, como também ostenta folhas diferenciadas, que parecem ter sido diligentemente dobradas, uma a uma. O conjunto final é uma obra de arte abstrata. O colorido pálido, verde tendendo para o azulado, é outro espetáculo à parte.

A Echeveria runyonii pertence à grande família das crassuláceas, sendo nativa do estado de Tamaulipas, no México. Esta é uma região de clima quente e seco, que apresenta uma diversificada população de plantas suculentas, muitas delas bastante apreciadas por suas características ornamentais. O nome da espécie, runyonii, é uma homenagem ao fotógrafo americano Robert Runyon, conhecido por seu trabalho como botânico amador.


A forma tipo da Echeveria runyonii, mais comumente encontrada na natureza, possui a aparência clássica de várias representantes deste gênero. Contudo, existe uma variedade bastante diferente da espécie original, denominada 'Topsy Turvy'. Esta planta suculenta diferenciada não é comumente encontrada no habitat de origem. Trata-se de uma forma mutante da espécie tipo, descoberta na Califórnia. Seu principal diferencial são as folhas dobradas para baixo, no sentido longitudinal, que lembram um origami. Atualmente, esta variedade mutante, Echeveria runyonii 'Topsy Turvy', é a que mais sucesso faz entre o público consumidor, sendo apreciada e colecionada no mundo todo. Curiosamente, é mais fácil encontrarmos a forma 'Topsy Turvy' no mercado, do que a espécie tipo.

A beleza e a originalidade deste cultivar foram decisivos para sua premiação pela Royal Horticultural Society, sediada em Londres. A Echeveria 'Topsy Turvy' possui o cobiçado Award of Garden Merit, honraria concedida por esta prestigiada sociedade britânica, fundada em 1804. Igualmente premiada, por esta mesma organização, é a Echeveria 'Perle von Nürnberg', que já foi tema de um artigo aqui no blog. Ainda dentro deste gênero, também dignas de nota, temos a Echeveria 'Black Prince' e Echeveria shavianna. que, embora apresentem a arquitetura clássica de folhas suculentas dispostas em forma de roseta, possuem detalhes exclusivos que lhes conferem aparências exóticas e diferenciadas.

Como cuidar da Echeveria 'Topsy Turvy'


A Echeveria runyonii 'Topsy Turvy' é uma suculenta de crescimento rápido, podendo formar rosetas de até 25 cm de diâmetro. É comum que novos brotos surjam junto à base da planta mãe. O importante é que resistamos à tentação de separá-los logo que surgem. Quanto maiores estas plântulas ficarem, antes de serem separadas, melhor será seu desenvolvimento posterior. Há, inclusive, a opção de mantê-las permanentemente aderidas ao caule principal, situação que permitirá a formação de belas touceiras esculturais.


Com o tempo, é comum que o caule da Echeveria 'Topsy Turvy' torne-se cada vez mais alongado. As folhas mais antigas, próximas à base da planta, vão secando e caindo, à medida que novas estruturas surgem a partir do centro da roseta. Este fenômeno torna-se mais acelerado quando a planta é cultivada à meia sombra. Quando os níveis de luminosidade são baixos, a Echeveria 'Topsy Turvy' tende a ficar estiolada, elongando-se em busca de mais luz. Além disso, em ambientes internos, mais sombreados, a roseta tende a ficar menor.

Nestes casos, faz-se necessária a realização de uma poda radical. Este é um processo popularmente conhecido como decapitação de suculentas, uma vez que a parte superior da planta é separada da base. O topo é deixado alguns dias em um local sombreado, bem ventilado, para que o corte cicatrize. Há quem aplique canela em pó nas partes afetadas, já que esta substância tem propriedades bactericidas e antifúngicas. Depois, é só plantar a 'cabeça' em um outro vaso. A base da planta, contendo a haste decapitada, continua a produzir novos brotos, em velocidade ainda mais acelerada.

Além destas formas de multiplicação, há a possibilidade de se obter novas mudas da Echeveria runyonii 'Topsy Turvy' através da propagação a partir de suas folhas. É importante que as folhas destacadas da planta mãe estejam saudáveis e não estejam a ponto de secar ou cair. Além disso, o corte precisa ser preciso, limpo. Se ficar faltando um pedaço da base da folha, no momento em que ela é separada do caule, ela não será capaz de gerar novos brotos. Eu costumo fazer um movimento lateral, delicadamente, para destacar a folha. Depois disso, basta colocá-la em um berçário de suculentas. Não é necessário enterrar estas folhas, basta assentá-las sobre o substrato, de modo que a base fique em contato com a superfície. O material é mantido sempre úmido, mas não encharcado.


Depois de algumas semanas no berçário, estas folhas começam a emitir raízes e brotos. Embora o processo seja uma delícia de acompanhar, ele é extremamente demorado. Cada brotinho gerado a partir de uma folha leva anos até que se torne uma planta de tamanho considerável. Aparentemente, no caso da Echeveria 'Topsy Turvy', este processo parece ser ainda mais demorado. Por este motivo, muitos optam pelo procedimento da poda drástica, que multiplica a planta de forma mais rápida.

O cultivo desta suculenta é o padrão para todos os membros desta categoria de plantas. A Echeveria 'Topsy Turvy' aprecia bastante luminosidade, inclusive o sol direto. Quanto mais luz puder ser fornecida à planta, melhor será seu desenvolvimento. Sua floração, inclusive, está diretamente relacionada aos níveis de luminosidade à qual esta suculenta é exposta. Em locais mais sombreados, dentro de casas e apartamentos, é muito raro presenciarmos uma floração da 'Topsy Turvy'.

As regas devem ser feitas com parcimônia. É importante que deixemos um grande intervalo entre as irrigações, para que o substrato seque completamente. A frequência entre as regas deve ser ajustada de acordo com o clima de cada região, bem como a estação do ano. Independentemente de regarmos uma vez por semana ou a cada quinze dias, o fundamental é que o substrato não fique úmido por muito tempo.

Para que isto ocorra, a Echeveria 'Topsy Turvy' precisa ser cultivada em um substrato bastante drenável. Ele pode ser composto por uma mistura de terra vegetal e areia, em partes iguais. Também há misturas próprias para o cultivo de suculentas e cactos, já vendidas prontas em lojas especializadas. O vaso de barro, por ser mais poroso, contribui para uma secagem mais rápida deste material. De modo algum, o pratinho pode ser mantido sob o vaso, já que acumula água e aumenta o risco de apodrecimento das raízes por excesso de umidade. Caso o vaso de plástico seja utilizado, a frequência das regas deve ser mais espaçada, já que o material retém a água por mais tempo.


As folhas antigas que murcham devem ser retiradas da base da planta, uma vez que seu acúmulo facilita a proliferação de pragas, principalmente cochonilhas. Estas pragas podem ser removidas manualmente, no início da infestação. O uso de inseticidas causa manchas permanentes na superfície das folhas. A Echeveria 'Topsy Turvy', assim como a Echeveria shavianna e Echeveria Perle von Nürnberg, é recoberta por uma fina e delicada camada de cera, composta por uma substância chamada pruína. Esta cobertura é responsável pelo aspecto empoeirado e bastante ornamental das folhas suculentas destas plantas. Manuseá-las em excesso ou aplicar substâncias químicas, como fertilizantes ou defensivos, causa manchas que acabam arruinando a aparência destas Echeverias.

Considerações finais


É muito fácil ficarmos viciados em plantas suculentas, principalmente quando se tratam das diferentes espécies e híbridos do gênero Echeveria. Cada planta possui uma característica única, que vem a enriquecer a coleção. No caso da Echeveria 'Topsy Turvy', suas folhas dobradas e empilhadas, como um delicado origami, são o atrativo principal. Além da beleza e aparência exótica, esta suculenta é bastante resistente e de fácil cultivo, sendo ideal para quem está começando a colecionar estas interessantes plantas gorduchas.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil