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Orquídea Miltonia colombiana


Orquídea Miltonia colombiana
| Miltonia colombiana |

A orquídea Miltonia colombiana, também popularmente conhecida como orquídea amor perfeito, devido à semelhança de suas flores com as da famosa planta de jardim, pertence atualmente ao gênero botânico Miltoniopsis (do latim, semelhante à Miltonia). O termo colombiana visa diferenciar esta orquídea daquelas realmente pertencentes ao gênero Miltonia, tipicamente encontradas em território brasileiro e oriundas de regiões de climas mais quentes. Embora pareçam todas iguais, em um primeiro momento, cada Miltonia colombiana apresenta características únicas, com estampas que parecem ter sido criadas à mão, com delicadas pinceladas. A variedade e combinação de cores é surpreendente.

As orquídeas do gênero Miltoniopsis ocorrem em regiões de elevadas altitudes, particularmente nas áreas andinas de países ao norte da América do Sul, tais como Equador e Colômbia. Por esta razão, são plantas acostumadas a temperaturas mais amenas. Estas características tornam mais complicado o cultivo da Miltonia colombiana em território brasileiro. Sua adaptação é mais desafiadora em cidades de clima quente e seco, bem como aquelas localizadas em regiões litorâneas.


É importante não confundir a Miltonia colombiana com as várias espécies brasileiras, como a Miltonia moreliana, que já foi descrita aqui no blog. Apesar do nome, elas pertencem a gêneros diferentes, além de serem originárias de localidades com climas bem distintos. A espécie moreliana ocorre nos estados de Alagoas, Bahia e Espírito Santos, estando mais adaptada às altas temperaturas tropicais. Também vale salientar que a orquídea amor perfeito, como a Miltonia colombiana costuma ser chamada, não tem parentesco com a flor amor perfeito, Viola tricolor, que é uma espécie terrestre, vivendo em canteiros no jardim.

Graças a demorados processos de cruzamento e melhoramento genético das Miltoniopsis, realizados ao longo de décadas, tem sido possível a obtenção de orquídeas híbridas mais tolerantes ao calor. A maioria das orquídeas encontradas no mercado, sob a denominação popular de Miltonia colombiana, corresponde a híbridos já modificados e aclimatados. No entanto, continua sendo uma planta mais delicada, de cultivo considerado mais difícil.

Existem Miltonias colombianas famosas, que costumam homenagear personalidades. São lindas e foram produzidas pelo Sr. Nagase, conhecido hibridizador de orquídeas do gênero Miltoniopsis. É ele um dos responsáveis pelo melhoramento genético das Miltonias colombianas que costumamos encontrar no mercado brasileiro, que já se encontram devidamente aclimatadas às temperaturas mais elevadas. No entanto, trata-se de um exercício de paciência e dedicação, já que cada cruzamento demora anos para revelar os resultados.

Orquídea Miltonia colombiana
Miltonia colombiana

A orquídea Miltonia colombiana não pode ser cultivada em regiões muito quentes, não tolerando o sol direto em suas folhas. A luminosidade deve ser abundante, porém filtrada. O intuito é mimetizar a condição na qual estas orquídeas se encontram na natureza, protegidas pela sombra das copas das árvores. Neste sentido, vale recorrer a telas de sombreamento, que podem ser encontradas com diferentes gradações de tramas. A mais comumente utilizada, no cultivo de orquídeas, é aquela capaz de reter 50% dos raios solares. Dentro de casas e apartamentos, é importante que a Miltonia colombiana fique posicionada próxima a uma janela bem iluminada, com luminosidade indireta. Caso seja cultivada em ambientes muito sombreados, a Miltoniopsis pode até sobreviver, mas não irá produzir flores.


Para não correrem o risco de se desidratarem, estas orquídeas precisam de regas frequentes. Porém, não podem ficar com o substrato encharcado por muito tempo. Para evitar que isto aconteça, o vaso tem que ter uma boa drenagem, composta por uma camada de brita, argila expandida ou mesmo isopor, no fundo. Além disso, deve-se evitar a colocação do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e facilitar o apodrecimento das raízes. Uma nova rega somente deve ser efetuada se o substrato já tiver secado bem. Pode-se fazer a aferição com o próprio dedo, colocando-o sobre o substrato e afundando levemente. Se estiver úmido, deve-se postergar a rega para outro dia.

O material escolhido como substrato precisa apresentar uma rápida secagem. O mais comum é que se utilize uma mistura de casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Existem preparados próprios para o cultivo de orquídeas epífitas, à venda em lojas especializadas e garden centers. Há, contudo, cultivadores mais experientes que recorrem ao uso da brita pura, como substrato. Outros preferem a casca de macadâmia. É preciso experimentar cada material e eleger o mais adequando ao ambiente de cultivo, bem como aos hábitos de regas de cada cultivador. O ideal é padronizar o cultivo, de modo a usar o mesmo material em todas as orquídeas.

A Miltoniopsis, quando tem algum problema em suas raízes, ou é regada insuficientemente, apresenta um crescimento sanfonado de suas folhas. Este é um sinal típico de desidratação. Ironicamente, este sanfonamento das folhas pode ser causado por falta ou excesso de regas. Além disso, quando a seca é prolongada, ou venta excessivamente no ambiente de cultivo, os pseudobulbos tendem a ficar enrugados. Outro sinal de que algo não vai bem é quando as pontas das folhas ficam queimadas. Neste caso, pode ser que o adubo esteja sendo fornecido em excesso, principalmente se for aquele do tipo NPK, que pode causar o acúmulo de sais minerais no substrato. Para evitar que isto aconteça, o vaso da Miltonia colombiana precisa ser lavado com água em abundância, periodicamente, para que estes excessos sejam eliminados. Uma frequência quinzenal é suficiente, para esta finalidade.


É aconselhável que a adubação, quando fornecida sob a forma industrializada, tenha sua dose reduzida pela metade. Esta orquídea não tolera excesso de sais minerais em suas raízes. Aqui no apartamento, costumo fornecer o adubo do tipo NPK, com formulações específicas para cada estágio do desenvolvimento da orquídea. No caso da Miltonia colombiana, alterno adubos para manutenção e floração, semanalmente. Para evitar o odor desagradável e a presença de insetos, eu acabo evitando usar adubo orgânico, principalmente porque cultivo as orquídeas em apartamento.

Apesar de tantas exigências e 'não me toques', esta Miltonia colombiana é belíssima e recompensa plenamente os cuidados recebidos. Uma outra espécie muito ornamental, brasileira e de cultivo mais tranquilo, é a Miltonia moreliana. As Miltonias são fantásticas e vale sempre a pena tentar acomodar algumas nas nossas coleções. Eu sigo tentando...

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil