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Orquídea Isabelia pulchella


Orquídea Isabelia pulchella
| Isabelia pulchella |

Esta micro orquídea é uma pequena joia em forma de flor magenta. Tudo nela é diminuto, pseudobulbos, folhas e flores. A Isabelia pulchella forma pequenas touceiras, um tanto quanto confusas e emaranhadas, mas que dão um espetáculo de delicadeza quando florescem. A aparente desorganização é fruto do grande espaçamento entre um pseudobulbo e outro, graças ao longo rizoma que os une. A seguir, informações e dicas de cultivo desta preciosidade em miniatura.

O gênero Isabelia foi proposto pelo botânico brasileiro João Barbosa Rodrigues, em 1877. Trata-se de uma latinização do nome da princesa Isabel, filha de Dom Pedro II. A primeira representante descrita foi a Isabelia virginalis, considerada a espécie tipo. Embora a regente do Império do Brasil tenha ficado conhecida por assinar a Lei Áurea, ela possuía um grande apreço pela botânica, assim como seu bisavô, Dom João VI, que criou o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A princesa Isabel participava ativamente de expedições organizadas para estudar a flora brasileira. Além disso, costumava organizar exposições de plantas, contribuindo com exemplares de sua própria coleção. Eram eventos prestigiados por toda a família real.


Já a espécie Isabelia pulchella foi descrita vinte anos mais tarde, em 1897, por Friedrich Kraenzlin, um botânico alemão associado ao Museu de História Nacional de Londres. O termo pulchella corresponde ao diminutivo, em latim, da palavra pulcher, que significa belo. Ao contrário de sua prima Isabelia virginalis, que, como o nome sugere, apresenta flores brancas com um leve sopro lilás, a Isabelia pulchella floresce em um exuberante tom de púrpura, tendendo ao magenta. As pétalas e sépalas são firmes, apresentando uma textura brilhante. Infelizmente, estas belíssimas flores não exalam um perfume pronunciado.

Orquídea Isabelia pulchella
Isabelia pulchella

O habitat de origem da orquídea Isabelia pulchella concentra-se nos estados do sul e sudeste brasileiros. Trata-se de uma micro orquídea de hábito epífito, que pode ser encontrada em florestas localizadas em regiões de elevadas altitudes e de clima mais ameno. Por este motivo, está habituada a ambientes com altos índices de umidade relativa do ar, bem como a uma luminosidade filtrada pelas copas das árvores.

Trata-se de uma orquídea minimalista, por excelência. Seus pseudobulbos são minúsculos, cada qual portando apenas uma longa e fina folha em seu ápice. Também a partir deste ponto, a Isabelia pulchella emite uma única flor, na extremidade de um pedúnculo mais longo e ereto, posicionando-a de maneira bem elegante e altiva, acima do emaranhado de folhas e pseudobulbos, à mostra para os agentes polinizadores.


A Isabelia pulchella apresenta suas minúsculas flores em duas colorações, basicamente. A forma tipo produz flores em um tom de púrpura, tendendo a um magenta brilhante, podendo haver uma variabilidade na intensidade destas cores, ao passo que a variedade alba, obviamente, produz flores brancas. No entanto, ambas são relativamente fáceis de serem encontradas, não havendo uma grande discrepância de valores para a forma albina, como ocorre com a Cattleya violacea, por exemplo.

O que não é tão fácil é cultivar a Isabelia pulchella, ao menos sob as minhas condições climáticas, aqui no apartamento. Dentre todas as orquídeas que já tive, esta é a que apresenta o hábito epífito mais estrito. Como sabemos, muitas orquídeas epífitas aceitam o cultivo em vasos, que é uma adaptação artificial para que consigamos mantê-las em nossos ambientes domésticos.

No entanto, quando colocada em vasos, preenchidos com substratos próprios para o cultivo de orquídeas epífitas, tais como aqueles constituídos por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco, a Isabelia pulchella não parece ficar muito satisfeita. Por outro lado, quando amarrada a um pedaço de casca de árvore, um tronco cortado ou uma ripa de madeira, com apenas um punhado de musgo sphagnum em torno das raízes, esta micro orquídea desenvolve-se melhor, aparentemente. Aqui no apartamento, ela adorou uma casca de peroba, que é bem rugosa e permite uma boa fixação das raízes.


Porém, sob estas condições de cultivo, a Isabelia pulchella necessita de regas frequentes, já que as raízes secam muito rapidamente. Aqui no apartamento, nos meses de verão, o calor e os ventos constantes obrigavam-se a regar e pulverizar a orquídea duas vezes por dia. Além das regas propriamente ditas, a umidade relativa do ar precisa ser elevada, para o cultivo desta e de outras micro orquídeas, em geral. Alguns aparatos podem ser utilizados para melhorar este parâmetro, no ambiente de cultivo.

A Isabelia pulchella pode ser mantida em um local próximo a uma fonte de água, tanque de peixes ou aquário. Além disso, bandejas umidificadoras, compostas por um recipiente raso contendo uma camada de areia, brita ou pedrisco, com uma lâmina de água no fundo, ajuda a manter a umidade em torno da orquídea. O fundo do vaso não fica em contato permanente com a água, de modo a poupar as raízes do encharcamento. Além disso, a areia ou pedrisco impedem que o mosquito da dengue deposite seus ovos na água. Outro dispositivo bastante útil, para quem cultiva orquídeas em apartamento, é o umidificador de ar. Também vale a pena monitorar a umidade relativa do ar com um higrômetro.

Por se tratar de uma micro orquídea mais temperamental, de cultivo mais difícil, convém prestar atenção às condições climáticas de seu habitat de origem, para tentar mimetizar os parâmetros de cultivo de forma satisfatória. Por ser originária de regiões de climas mais amenos ou frios, a Isabelia pulchella tem mais dificuldades em se adaptar a locais muito quentes ou secos. Além disso, por ser uma orquídea de altitude, ela raramente vai bem em regiões litorâneas, ao nível do mar.


A luminosidade ideal para o cultivo da Isabelia pulchella é aquela mais difusa, como a proporcionada pelas copas das árvores, na natureza. No cultivo doméstico, pode-se mimetizar esta condição com uma tela de sombreamento, preferencialmente uma que seja capaz de reter 70% dos raios solares. Embora seja uma micro orquídea que aprecie locais mais sombreados, ela precisa de um nível suficiente de luminosidade para florescer.

Orquídea Isabelia pulchella
Isabelia pulchella

Outro fator importante para que as flores surjam é a adubação. O ideal é fornecer um adubo próprio para o cultivo de orquídeas, alternando fórmulas para manutenção (NPK equilibrado) e para floração (mais fósforo). Aqui no apartamento, costumo evitar adubos orgânicos, uma vez que estes materiais precisam sofrer um processo de decomposição, para que liberem os macro e micronutrientes às raízes das orquídeas. Durante esta etapa, é inevitável que ocorram a liberação de odores desagradáveis, além da atração de insetos indesejados.

Com os níveis de luminosidade e adubação corretos, a Isabelia pulchella irá florescer, predominantemente, durante os meses de outono e inverno. Devido às agruras que ela passa aqui no apartamento, nunca obtive aquelas touceiras com florações fartas. Ainda assim, contento-me com esta pequena joia solitária, sempre que surge.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil