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Suculenta Diamante - Pachyphytum compactum


Suculenta Pachyphytum compactum
| Pachyphytum compactum |

Sempre fui fascinado pelo aspecto único desta planta suculenta, o Pachyphytum compactum, cujo formato lembra muito mais uma ocorrência geológica do que biológica. Suas folhas parecem gemas preciosas lapidadas. Vêm daí os apelidos de planta diamante ou suculenta diamante. Tão logo consegui um exemplar, tratei de fotografá-lo a fim de ilustrar uma matéria para o blog. Não costumo vê-lo com frequência nas coleções. A seguir, algumas informações interessantes sobre a suculenta diamante, acrescidas de dicas de cultivo.

O Pachyphytum compactum é originário dos estados de Hidalgo e Querétaro, no México. Trata-se de uma suculenta pertencente à família Crassulaceae, cuja característica mais famosa é a organização de suas folhas em forma de roseta. Os exemplos clássicos são as rosas de pedra. Pertencem a esta categoria as suculentas do gênero Echeveria, que já foram temas de artigos aqui no blog. Outra crassulácea mexicana muito famosa e presente em todas as coleções é a planta fantasma, apelido da espécie Graptopetalum paraguayense.


No caso da suculenta diamante, ou planta diamante, o aspecto de rosa de pedra é substituído pela aparência de pedras preciosas diligentemente lapidadas. Sua principal característica é a formação de densas rosetas compostas por folhas alongadas, cilíndricas e com as extremidades em ogivas, como pequenos zeppelins. Estas estruturas suculentas são densamente imbricadas e lembram cristais multifacetados.

No entanto, é preciso tomar um cuidado. Dependendo das condições de cultivo, como veremos a seguir, a suculenta diamante pode perder este aspecto compacto, que remete a uma afloração geológica de pedras preciosas. Quanto mais luminosidade a planta receber, melhor será a sua aparência, neste quesito.

As folhas bem espessas da planta diamante são uma característica do gênero Pachyphytum, cujo nome é derivado das palavras gregas pachys, que significa grosso e phyton, planta. Dentre as suculentas, estas espécies são as que possuem as folhas mais gordinhas. Uma suculenta linda, pertencente a este gênero e apelidada de pedra da lua, é o Pachyphytum oviferum. Diferentemente da suculenta diamante, a pedra da lua possui folhas gorduchas, pálidas e arredondadas.


Já a coloração das folhas da planta diamante é outro espetáculo à parte. Ela varia de acordo com a exposição à luz solar, mas fica entre tons de verde e cinza, com nuances azuladas, sempre na tonalidade pastel, com os vértices dos poliedros mais esbranquiçados. No aspecto geral, a suculenta diamante parece ter sido coberta por um fino pó translúcido. Trata-se de uma substância cerosa denominada pruína, que costuma recobrir as folhas de muitas suculentas, principalmente da família Crassulaceae. Além disso, quando expostas a altos níveis de luminosidade, as pontas das folhas do Pachyphytum compactum podem assumir uma bela coloração avermelhada, tendendo ao vinho.

Suculenta Pachyphytum compactum
Pachyphytum compactum

O cultivo do Pachyphytum compactum não difere muito da maioria das plantas suculentas. A suculenta diamante pode ser exposta à luz solar direta, mas tolera uma meia sombra, desde que com bastante luminosidade indireta. Caso a luz seja insuficiente, a planta diamante tende a estiolar, perdendo sua característica compacta. Neste caso, ela cresce aceleradamente, em busca de mais luz, ficando fina e comprida. Costuma-se utilizar o jargão de planta pescoçuda, para esta situação.

Os cultivadores costumam utilizar uma poda radical, popularmente chamada de decapitação, para consertar a aparência de suculentas que cresceram demais, de modo que voltem a ficar mais compactas. Basta cortar a parte superior da planta diamante, aguardar um dia para que o corte cicatrize, e plantá-la separadamente. O segmento decapitado continuará seu desenvolvimento, emitindo novos brotos. Além da questão estética, esta é uma boa opção para multiplicar a suculenta diamante. Após este procedimento de poda drástica, a planta deve ser mantida em um local mais sombreado, até que enraíze adequadamente. Após este período, ela deve voltar para um local bem iluminado. Caso contrário, corre-se o risco de a planta estiolar novamente.


Devido ao seu local de origem, a planta diamante não gosta de climas muito frios. O solo precisa ser bem drenável, preferencialmente arenoso. Pode-se preparar uma mistura caseira, contendo terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. Para quem gosta de praticidade, existem substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em casas especializadas e garden centers. É importante que o vaso tenha uma boa camada de drenagem, composta por pedrisco, argila expandida ou cacos de telha. Para evitar o acúmulo de água proveniente das regas, convém evitar o uso de pratinho sob o vaso.

Durante as regas desta suculenta diamante, também é aconselhável evitar que a água atinja a planta toda, situação que pode causar um acúmulo nas frestas entre as folhas, aumentando as chances de apodrecimento por excesso de umidade. O contato das folhas com adubos e defensivos químicos também pode prejudicar sua aparência. Independentemente da periodicidade, uma nova rega somente deve ser efetuada quando o substrato estiver completamente seco.


O Pachyphytum compactum é aquele tipo de planta suculenta que se desmonta toda ao ser manuseada. O lado positivo é que as folhas que caem servem como precursoras para novas mudas, bastando colocá-las em um berçário. No entanto, ao contrário de outras crassuláceas, eu tenho mais dificuldade em obter brotos a partir das folhas desta suculenta diamante. Enquanto muitas plantas dos gêneros Echeveria, Graptopetalum e Graptoveria brotam facilmente a partir de suas folhas destacadas, a planta diamante insiste em se fazer de rogada, ao menos sob meu cultivo aqui no apartamento.

Outra coisa difícil de acontecer, ao menos para quem cultiva suculentas em interiores, é observar a floração da planta diamante. Devido à sua exigência por elevados níveis de luminosidade, preferencialmente com várias horas de sol direto por dia, nem sempre é possível satisfazê-la, dentro de casas e apartamentos. No entanto, as florações da maioria das plantas suculentas são consideradas de importância ornamental secundária. É comum que os cultivadores cortem as hastes florais, tão logo comecem a surgir, com o intuito de preservar a planta e priorizar seu desenvolvimento vegetativo.

Em resumo, a suculenta diamante, planta diamante, ou Pachyphytum compactum, é uma belíssima aquisição que não pode faltar na coleção dos aficionados por suculentas, por seu aspecto precioso, resistência e facilidade de cultivo. O único problema é que, por enquanto, ainda não é muito fácil encontrá-la no mercado, ao menos nos fornecedores que costumo frequentar.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil