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Orquídea Coelogyne


Orquídea Coelogyne pandurata
| Coelogyne pandurata |

Este é um interessante gênero de orquídeas asiáticas, composto por cerca de duzentas espécies. No entanto, apenas algumas são mais frequentemente encontradas nas coleções. Existe uma grande variedade de cores e perfumes que as flores de Coelogyne podem produzir. Muitas espécies ostentam longas hastes repletas de delicadas flores, presenteando o cultivador com um belíssimo espetáculo, principalmente quando múltiplas inflorescências são produzidas simultaneamente, em touceiras bem formadas e robustas.

A descrição formal do gênero Coelogyne ocorreu ainda no século XIX, com base em plantas coletadas durante expedições efetuadas pela Ásia. Tal feito foi realizado pelo célebre botânico inglês John Lindley, que classificou este grupo de orquídeas como Caelogyne, originalmente, em 1821. Trata-se de uma latinização de duas palavras originárias do grego antigo, koilos (cavidade) e gyné (mulher), em referência ao aspecto côncavo da estrutura reprodutiva da flor.


A orquídea Coelogyne é encontrada nativamente em diversos países do sudeste asiático, bem como em várias ilhas do Pacífico. As diferentes espécies distribuem-se por florestas tropicais, de clima quente e úmido, localizadas tanto ao nível do mar como em regiões de altitudes elevadas.

Trata-se de uma orquídea de hábito epífito, que vegeta com suas raízes aderidas aos troncos das árvores, sem lhes causar nenhum dano. Sendo assim, não se trata de uma planta parasita. As diversas espécies de Coelogyne desenvolvem-se sob a forma simpodial, emitindo novos pseudobulbos de forma sequencial, um à frente do outro, em diversas frentes de crescimento, de modo que a touceira vai se avolumando rapidamente.

No Brasil, as espécies de Coelogyne mais frequentemente encontradas em cultivo são a Coelogyne cristata, com seus curiosos pseudobulbos gorduchos e esféricos, que produzem exuberantes florações brancas, e a Coelogyne flaccida, que possui pseudobulbos mais convencionais, ovoides e lateralmente achatados, conhecida por suas flores de perfume forte e controverso.


De modo geral, a maioria das espécies de Coelogyne floresce durante a primavera, quando as orquídeas começam a sentir a transição provocada pelo aumento gradual das temperaturas, vindas do inverno. Cada espécie é originária de um habitat com condições climáticas próprias, de modo que é importante termos a correta identificação de cada orquídea, para que possamos fornecer-lhes o cultivo adequado. No caso da Coelogyne, existem espécies que estão habituadas a temperaturas amenas e constantes, ao longo de todo o ano, sendo perfeitas para o cultivo no Brasil. Nesta categoria de plantas, as principais espécies são Coelogyne tomentosa, Coelogyne fimbriata e Coelogyne flaccida.

Já a orquídea Coelogyne cristata, por exemplo, muito apreciada pelos cultivadores brasileiros, é originária de regiões de clima intermediário, localizadas em altitudes mais elevadas, próximas aos Himalaias. Sendo assim, esta é uma espécie de cultivo mais desafiador, já que necessita de um outono e inverno bem delimitados, com baixas temperaturas e uma redução considerável na frequência das regas.

Outro fator essencial para que a orquídea Coelogyne floresça é a luminosidade. Em seus habitats originais, a maioria das espécies acomoda-se nas porções mais altas das árvores, beneficiando-se de uma luminosidade mais intensa, porém indireta. Dentro de casas e apartamentos, é importante que a orquídea seja cultivada em um local ensolarado, próximo a uma janela face norte, de preferência. Coberturas e varandas bem iluminadas também são excelentes locais para o cultivo da Coelogyne.


Esta é uma orquídea que pode ser cultivada sob a forma epífita tradicional, em troncos de árvores, pedaços de madeira com ranhuras, cachepots vazados feitos de ripas ou cascas de árvores, como a peroba, entre muitos outros materiais. O importante é que o local de cultivo apresente elevados níveis de umidade relativa do ar, idealmente acima de 60%.

Alternativamente, a orquídea Coelogyne pode ser cultivada em vasos, sejam eles de barro ou plástico, desde que tenham furos no fundo e ofereçam uma drenagem eficiente. No fundo, convém colocar um material particulado, como pedrisco. Vale lembrar que a natureza do material que compõe cada recipiente vai interferir na frequência das regas. Vasos de cerâmica, principalmente com furos nas laterais, permitem uma secagem mais rápida do substrato, de modo que as irrigações podem ser mais frequentes. Já os recipientes feitos de plástico tendem a reter a umidade por mais tempo. Sendo assim, a frequência das regas deve ser reduzida.

Como uma regra geral, somente devemos regar quando o substrato no interior do vaso estiver completamente seco. Como toda planta epífita, acostumada a ter raízes livres no ambiente, a Coelogyne pode se deteriorar rapidamente, caso fique sobre um substrato encharcado, por um período prolongado.


Existe uma imensa variedade de materiais que podem ser utilizados como substrato para o cultivo da orquídea Coelogyne. O mais clássico é aquele composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Existem misturas prontas para o uso, à venda em lojas de jardinagem. Basta solicitar um substrato para orquídeas epífitas. Além disso, existem cultivadores que gostam de utilizar o musgo sphagnum puro, conhecido por armazenar uma grande quantidade de água em suas fibras. Brita e casca de macadâmia também podem ser utilizados como substrato, desde que a frequência das regas seja mais frequente e a adubação mais elaborada.

A orquídea Coelogyne pode receber adubos orgânicos, inorgânicos ou mistos, dependendo da preferência do cultivador. Aqui no apartamento, opto pelas formulações minerais próprias para o cultivo de orquídeas. Costumo alternar adubos de manutenção, com níveis equilibrados de NPK, nitrogênio, fósforo e potássio, com fertilizantes específicos para a floração, mais ricos em fósforo. Faço aplicações semanais, com metade da dose recomendada pelo fabricante. No caso da maioria das espécies de Coelogyne, é importante suspender a adubação durante o inverno, juntamente com a redução nas regas.

A propagação da Coelogyne pode ser feita através da simples divisão de suas touceiras, seccionando o rizoma. No entanto, é importante tomar cuidado para que cada segmento separado fique com, ao menos, três pseudobulbos. São estas estruturas que irão fornecer energia para a ativação de gemas dormentes, que produzirão novas frentes de crescimento.


Vale salientar que, após a divisão da orquídea Coelogyne, ou após sua mudança de vaso, a planta pode ficar um pouco ressentida, inclusive, recusando-se a florescer, no ano seguinte. É preciso ter em mente que estas intervenções mais drásticas, como cortes e replantes, causam uma perturbação no ritmo normal de desenvolvimento das orquídeas, principalmente no caso do gênero Coelogyne.

Ainda assim, trata-se de uma orquídea resistente, de fácil cultivo, conhecida por crescer rapidamente e produzir copiosas florações. O principal problema, para quem cultiva suas plantas dentro de casas e apartamentos, é o espaço. A Coelogyne é conhecida por formar touceiras volumosas, que necessitam de um local de cultivo amplo, capaz de acomodá-las. Satisfeita esta condição, esta orquídea recompensará o cultivador com belíssimas e fartas florações, todos os anos.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil