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Orquídea Cara de Macaco - Dracula simia


Orquídea cara de macaco - Dracula simia
| Dracula simia |

Seria um bullying contra a orquídea, não fosse o fato de a semelhança ser verdadeira. Com efeito, muitas espécies do gênero botânico Dracula produzem flores que se parecem com o rosto de um macaquinho. A orquídea que ilustra este artigo, inclusive, tem em seu nome científico uma alusão a esta curiosa coincidência, Dracula simia. O termo símio refere-se aos macacos antropomorfos, tais como gorilas, chimpanzés e orangotangos. Por este motivo, a orquídea cara de macaco também é conhecida como monkey orchid ou monkey-like Dracula, em inglês, assim como orquídea con cara de mono, em espanhol.

A orquídea cara de macaco é bastante próxima das orquídeas pertencentes ao gênero Masdevallia, tendo sido originalmente classificada neste grupo. Em comum, as espécies dos gêneros Dracula e Masdevallia apresentam flores em formato triangular, com longos filamentos em suas extremidades. No caso das orquídeas Dracula, em função desta característica particular, o gênero acabou sendo nomeado em alusão ao famoso conde da ficção. O termo, literalmente, significa pequeno dragão.


Ainda assim, foi a semelhança de suas flores com o rosto de um primata que tornou a orquídea cara de macaco famosa e apreciada entre os colecionadores. Aqui no Brasil, é comum encontrarmos no mercado a espécie Dracula lotax que, embora um pouco diferente, também produz flores que se parecem com macacos. Estas orquídeas são nativas de países localizados nas Américas do Sul e Central. A Dracula simia, particularmente, habita as regiões montanhosas da Colômbia, Peru e Equador. Neste último país, podemos observar uma grande concentração de espécies do gênero Dracula.

A orquídea cara de macaco, Dracula simia, possui um porte vegetativo pequeno e delicado, de forma semelhante àquele observado em espécies dos gêneros Masdevallia e Pleurothallis, todas pertencentes à subtribo Pleurothallidinae. Suas flores, no entanto, são relativamente grandes, quando comparadas ao tamanho de suas folhas delgadas e frágeis, desprovidas de pseudobulbos. Por este motivo, nem sempre a orquídea cara de macaco é considerada uma micro orquídea. No entanto, seu cultivo é tão exigente e desafiador quanto o requerido pela maioria das orquídeas em miniatura.

No caso da orquídea cara de macaco, a dificuldade adicional é que se trata de uma espécie originária de regiões montanhosas, que apresentam um clima mais frio, em altitudes mais elevadas. Por este motivo, é mais complicado reproduzir estas condições em localidades que apresentam climas quentes, aqui no Brasil, principalmente em cidades ao nível do mar.


A Dracula simia é uma orquídea de hábito epífito, vegetando sobre os troncos das árvores que formam as florestas montanhosas equatorianas. Sendo assim, a orquídea cara de macaco aprecia elevados índices de umidade relativa do ar. Estando habituada à vida sob a sombra das copas das árvores, esta é uma orquídea que não tolera o excesso de luminosidade, principalmente o sol pleno.

Além da sua curiosa semelhança com o rosto de um símio, a orquídea cara de macaco apresenta a notável característica de produzir flores perfumadas. No entanto, não há motivo para alarde. O aroma exalado por esta orquídea não tem relação alguma com macacos. Pelo contrário, as flores da Dracula simia costumam apresentar um curioso perfume de laranja. Mais especificamente, há quem afirme que o aroma lembra uma laranja madura. O odor cítrico não é exclusividade da orquídea cara de macaco. Aqui no blog, já apresentamos as Gomesa crispa e Gomesa recurva, orquídeas brasileiras conhecidas pelo odor de limão exalado por suas inflorescências.

Outra particularidade da orquídea cara de macaco é que não há uma época específica para suas florações acontecerem. Ao contrário da maioria das orquídeas, que produz flores em uma determinada estação do ano, a Dracula simia pode fazê-lo em qualquer período do ano. Isto em seu habitat de origem. No cultivo doméstico, é bastante desafiador conseguir fazer com que a orquídea cara de macaco cresça e floresça satisfatoriamente. Outras espécies do gênero Dracula, como a Dracula lotax, no entanto, apresentam um cultivo relativamente mais factível.


Frente a estes desafios, é importante dispor das condições climáticas corretas para um cultivo bem-sucedido da orquídea cara de macaco. As localidades ideais são aquelas que apresentam temperaturas mais amenas e elevados níveis de umidade relativa do ar.

Materiais capazes de reter bastante água são os mais indicados para o cultivo da Dracula simia. A combinação de vasos pequenos de plástico e musgo sphagnum, por exemplo, é ideal para quem possui um ambiente de cultivo muito seco. Para aumentar ainda mais os níveis de umidade relativa do ar, sem necessariamente regar com mais frequência, pode-se lançar mão de uma bandeja umidificadora, um aparato raso e largo, com pedrisco ou areia no fundo, e uma fina lâmina de água. O vaso com a orquídea cara de macaco é apoiado sobre esta bandeja, sem que o fundo fique em contato direto com a água. Esta subirá por evaporação e capilaridade, mantendo o ambiente úmido, sem encharcar as raízes da planta.

A adubação, principalmente a inorgânica, do tipo NPK, contendo macro e micronutrientes, deve ser realizada com cautela. Isso porque a orquídea cara de macaco é sensível ao excesso de sais minerais dissolvidos na água ou acumulados no substrato. É importante que o vaso seja regado em abundância, periodicamente, para eliminar este excesso de sais em seu interior. A alternância de fórmulas de manutenção, com níveis equilibrados de nitrogênio, fósforo e potássio, com adubos de floração, com níveis mais elevados de fósforo, semanalmente, garante um bom desenvolvimento da orquídea cara de macaco e garante os elementos necessários para que sua floração ocorra em qualquer estação do ano.


A luminosidade ideal para cuidar da orquídea cara de macaco é aquela indireta, difusa, sem sol pleno. No entanto, a planta não pode ser mantida em um ambiente demasiadamente sombreado, sob o risco de não florescer. Níveis adequados de luminosidade filtrada são essenciais para que uma boa floração ocorra. Assim como ocorre com a maioria das micro orquídeas, a Dracula simia beneficia-se do cultivo sob uma tela de sombreamento, preferencialmente aquela capaz de reter 70% dos raios solares.

Por ser pequena e delicada, além de não requerer muita luz, a orquídea cara de macaco pode parecer ideal para o cultivo dentro de casas e apartamentos. Seria assim, não fosse sua exigência por elevados níveis de umidade relativa do ar, condição que costuma ser deficiente em ambientes internos. Caso seja possível remediar este parâmetro, seja com umidificadores de ambiente, bandejas umidificadoras ou fontes de água, o cultivo desta orquídea é factível em interiores. Outra solução perfeita, no caso da orquídea cara de macaco, é o seu cultivo em recipientes fechados, com umidade controlada, como terrários. Ainda que desafiador, o cultivo desta pequena joia exótica recompensa o colecionador com o aspecto único de suas flores.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil