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Samambaia Americana - Nephrolepis exaltata


Nephrolepis exaltata
| Nephrolepis exaltata |

Estrelas da decoração de interiores, durante a década de 1960, as samambaias viveram um período de ostracismo, do qual vêm se desvencilhando, nos últimos anos, com a força revigorada que as plantas adquiriram ao surfarem a onda das urban jungles, florestas urbanas. Afinal, não há planta mais icônica para trazer a inspiração das selvas tropicais ao interior de casas e apartamentos. Neste contexto, em meio a diversas opções, destaca-se a samambaia americana, cujo nome científico é Nephrolepis exaltata.

Também conhecida como samambaia de Boston ou Boston fern, a espécie Nephrolepis exaltata é representante das plantas mais antigas do planeta, as pteridófitas. Neste contexto, a samambaia americana é reminiscente de uma época em que as plantas não produziam flores, frutos, nem sementes. Sua reprodução se dá através da formação de esporos, que se encontram no verso das folhas, espalhando-se pelo vento e propagando a espécie.


Devido ao formato característico dos primeiros estágios de formação das folhas das samambaias, estas plantas são frequentemente chamadas de fetos (ferns, em inglês). São aquelas pontas enroladas, em espiral. A Nephrolepis exaltata, que pertence à família botânica Davalliaceae, está presente em vários continentes ao redor do mundo, podendo ser encontrada ao longo de todo o continente americano, do sul da América do Norte, passando pela América Central, até o norte da América do Sul. A samambaia americana também é nativa de algumas regiões da África e de ilhas do Pacífico, como a Polinésia. Outra planta de interiores bastante popular, parente da samambaia americana, é a renda portuguesa, Davallia fejeensis.

Recentemente, uma versão miniaturizada da tradicional samambaia americana vem fazendo bastante sucesso, na decoração de interiores. Trata-se da mini samambaia havaiana, variedade ideal para quem mora em apartamentos e não dispõe de muito espaço. Apesar de pertencer à mesma espécie, a versão anã da samambaia americana corresponde à variedade Nephrolepis exaltata 'Marissa'. Trata-se de um cultivar produzido a partir de um exemplar mutante.

Ao contrário da samambaia havaiana, que não cresce, mantendo-se como um pet felpudo e verde por toda a vida, a samambaia americana pode atingir grandes proporções, quando bem cultivada. Suas folhas vão adquirindo o aspecto pendente, à medida que se desenvolvem, podendo alcançar mais de um metro de comprimento. Por este motivo, a Nephrolepis exaltata é ideal para ser cultivada em vasos suspensos. É importante não confundi-la com a samambaia de metro, que pertence a um outro gênero botânico.


A samambaia americana é uma planta de interiores, por excelência, já que não suporta o sol pleno nem o excesso de vento. É a planta ideal para aquele local mais iluminado, próximo a uma janela face norte, dentro de casas e apartamentos. A luminosidade perfeita para o cultivo da samambaia americana é aquela indireta, difusa. Caso a janela seja face oeste, recebendo o sol da tarde, é importante que a Nephrolepis exaltata seja protegida por uma cortina fina. O sol fraco do início da manhã pode ser tolerado.

Caso o vaso com a samambaia americana seja atingido frequentemente por correntes de vento, o atrito constante das folhas com outras superfícies, como paredes, faz com que estas estruturas sejam danificadas, interrompendo seu crescimento. Por isto, é importante evitar colocar a samambaia americana em varandas abertas, principalmente em apartamentos localizados em andares mais altos. A menos, obviamente, que a sacada seja fechada por vidro. Neste caso, o único cuidado a ser tomado é quanto à irradiação excessiva proveniente do sol.

Outro problema que costuma afetar o cultivo da samambaia americana, principalmente em ambientes internos, é o ar excessivamente seco. Como plantas tropicais, as samambaias apreciam elevados níveis de umidade relativa do ar. Em casos extremos, pode ser necessário o uso de umidificadores de ar, que são benéficos, não somente às plantas, mas também à nossa saúde. Fontes de água ou aquários também são excelentes alternativas para aumentar a umidade dentro de casas e apartamentos. Ainda neste contexto, a Nephrolepis exaltata beneficia-se de borrifadas frequentes de água em suas folhas, principalmente em períodos de seca. É importante, no entanto, que esta água não seja muito dura, rica em sais minerais, que podem causar manchas e queimaduras nas pontas das folhas.


O excesso de adubação, principalmente aquela do tipo foliar, contendo NPK, também é prejudicial à samambaia havaiana. O ideal é aplicar uma composição mais rica em nitrogênio, que vai priorizar o desenvolvimento das folhas, tornando-as mais verdes e saudáveis. Como a Nephrolepis exaltata não produz flores, não necessita de formulações muito elaboradas, tais como aqueles fertilizantes ricos em fósforo. De tempos em tempos, é importante que o vaso seja colocado debaixo da torneira, ou levado à banheira, para que um fluxo generoso de água seja capaz de eliminar o excesso de sais minerais acumulados no solo.

Durante muitas décadas, principalmente aqui no Brasil, costumou-se cultivar a samambaia americana em xaxim. Este é um material extraído de uma planta em extinção, de modo que seu uso e comercialização tornou-se proibido. É o mesmo problema que atinge muitos cultivadores de orquídeas. Diversos materiais vêm sendo utilizados e testados, com o intuito de substituir o uso do xaxim no cultivo destas plantas. Uma mistura composta por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco costuma produzir bons resultados, tanto para orquídeas como em relação às samambaias. Neste último caso, a mistura do substrato para epífitas com uma terra vegetal adubada, rica em matéria orgânica, é perfeita para o cultivo da samambaia americana.

O vaso ideal para o cultivo da samambaia americana é aquele de plástico, que ajuda a reter a umidade em torno das raízes por mais tempo. O vaso de cerâmica tende a secar mais rapidamente, por ser feito com um material mais poroso, não sendo recomendado para o cultivo de samambaias. Como uma regra geral, costuma-se evitar o uso do pratinho sob o vaso, que tende a acumular a água das regas e prejudicar o desenvolvimento das raízes.

As regas da samambaia americana devem ser frequentes, de modo que o solo fique sempre levemente úmido, mas não encharcado. Eu costumo regar sempre que sinto o vaso leve, um indicativo de que o substrato já eliminou boa parte da água nele retida. Durante o inverno, quando a evaporação diminui, é importante reduzir a frequência das regas, para que não haja excessos.

É normal que algumas folhas mais antigas fiquem amareladas, sequem e caiam. Trata-se de um processo natural de renovação da planta. A samambaia americana não é uma planta que necessite ser podada. No entanto, a retirada das folhas secas, além de ajudar no quesito estético, evita que este material em decomposição facilite a proliferação de fungos, bactérias ou outras pragas.


A Nephrolepis exaltata participou de um estudo conduzido pela agência espacial americana, juntamente com várias outras plantas de interiores bastante comuns, tais como a jiboia, antúrio e lírio da paz, ocasião em que foi constatada sua eficácia na remoção de poluentes frequentemente encontrados em interiores. Os resultados dos experimentos científicos conduzidos pela NASA mostraram que a samambaia americana atua como um filtro natural, eliminando de ambientes internos compostos tóxicos, tais como xileno, tolueno e formaldeído.

Além disso, ao contrário de muitas plantas utilizadas na decoração de interiores, a samambaia americana não apresenta toxicidade para crianças ou animais domésticos, caso seja ingerida acidentalmente. O mesmo acontece com sua versão miniaturizada, a samambaia havaiana. Ambas são, portanto, opções perfeitas para serem mantidas dentro de casas e apartamentos, sem riscos de acidentes.

Em resumo, as inúmeras variedades da espécie botânica Nephrolepis exaltata, incluindo as samambaias americana e havaiana, são perfeitas para preencher nossas urban jungles com densas e frondosas cabeleiras verdes, conferindo aos ambientes internos um sopro de vida e frescor, elementos típicos das quentes e úmidas selvas tropicais.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil