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Antúrio - Anthurium andraeanum


Anthurium andraeanum
| Anthurium andraeanum |

São poucas as plantas que conseguem florescer quando cultivadas em interiores. O antúrio, cujo nome científico é Anthurium andraeanum, é uma delas. Embora seja menosprezada por alguns, que a consideram comum demais, esta é uma clássica planta de interiores, perfeita para os locais mais sombreados. Além disso, graças à sua versatilidade e facilidade de cultivo, pode também ser mantida em ambientes externos, desde que protegida do sol pleno.

A estrutura mais vistosa do antúrio, que muitos acreditam se tratar da flor, é, na realidade, uma folha modificada. Ela adquire um aspecto brilhante e colorido, com a função de atrair os insetos polinizadores. O termo botânico correto para esta parte do antúrio é bráctea. No centro dela, existe uma estrutura em forma de espiga de milho, cujo nome técnico é espádice. Nela estão localizadas as verdadeiras e minúsculas flores do antúrio, em grande quantidade, o que caracteriza o conjunto como uma inflorescência.


A flor do antúrio é um exemplo típico de inflorescência encontrada em todos os membros da família Araceae, à qual o Anthurium andraeanum pertence. O lírio da paz, Spathiphyllum wallisii, também apresenta sua bandeira branca com estes mesmos elementos botânicos. Além disso, são exemplos de aráceas os representantes dos gêneros Alocasia, Dieffenbachia, Calla e Zamioculcas. Em comum, estas plantas apresentam a predileção por locais de cultivo mais sombreados, sendo ideais para quem quer ter a casa ou o apartamento sempre verdes.

Anthurium andraeanum
Anthurium andraeanum

Embora o mais comum seja encontrarmos antúrios com flores vermelhas ou brancas, sempre surgem cultivares híbridos com novidades, em termos de coloração. É o caso do antúrio com brácteas em um tom bem fechado de chocolate, belíssimo. Também temos antúrios com flores em rosa antigo, verdes ou arroxeadas. Esta belíssima coloração rosada de algumas variedades de antúrios é a responsável por um de seus nomes populares, no exterior, flamingo flower.

Além da grande variedade de cores, também temos antúrios com os mais diferentes tamanhos. Aqueles que fazem sucesso junto ao público consumidor são os mini antúrios. Seu porte compacto os tornam perfeitos para quem dispõe de pouco espaço. Estou louco atrás de uma miniatura de antúrio, aqui para o apartamento.

O gênero Anthurium é típico do novo mundo. As centenas de espécies que compõem este grupo botânico distribuem-se por todo o continente americano, concentrando-se nas Américas do Sul e Central. A espécie Anthurium andraeanum é nativa de países como Colômbia e Equador. O antúrio foi assim nomeado a partir da latinização das palavras gregas anthos, que significa flor, e oura, cuja tradução é cauda, em referência ao formato da espádice.


O habitat do antúrio nos dá importantes dicas para o seu cultivo da maneira correta. A espécie original do antúrio, Anthurium andraeanum, está acostumada a elevados níveis de umidade relativa do ar, típicos dos ambientes de floresta tropical em que se encontra, nativamente. Além disso, trata-se de uma planta que aprecia altas temperaturas, não se adaptando a locais muito frios ou com ocorrência de geadas. Caso seja possível, é aconselhável que o antúrio seja trazido para dentro de casa, nas noites mais frias de inverno, principalmente em localidades que experimentam temperaturas muito baixas, nesta estação.

Também devido ao fato de ser originário de florestas tropicais, o antúrio não se desenvolve bem em ambientes internos com ar condicionado, já que este aparelho costuma deixar o ar muito seco para o cultivo desta planta.

O ideal é que o interior de casas e apartamentos tenha ao menos 60% de umidade relativa do ar. Este é um nível saudável, não somente para o antúrio, mas para as pessoas e animais domésticos. Neste sentido, vale utilizar umidificadores de ambiente, para tornar o local mais apropriado para o cultivo de plantas tropicais. Também são úteis as bandejas umidificadoras, que são simplesmente aparatos rasos e largos, com uma camada de pedrisco ou areia, contendo uma lâmina de água no fundo, sobre a qual o vaso do antúrio se assenta. É importante que as raízes não fiquem em contato direto com a água. Desta forma, a umidade será mantida em níveis elevados, sem encharcar o solo, que pode causar o apodrecimento das raízes.

Também é importante evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e facilitar a proliferação do mosquito da dengue.


O antúrio costuma ser cultivado em vasos de plástico, da mesma maneira em que é acondicionado quando vem do produtor. Pode-se optar por transferi-lo para um vaso de terracota, que é mais decorativo. No entanto, como este material é mais poroso, permite que o solo seque mais rapidamente, o que obriga o cultivador a aumentar a frequência das regas. O solo deve ser mantido sempre levemente úmido, sem encharcar. Ao contrário do que se costuma recomendar para o cultivo de orquídeas e suculentas, no caso do antúrio, o ideal é não permitir que o substrato seque completamente, entre uma rega e outra.

Existem substratos próprios para o cultivo de plantas ornamentais, à venda em lojas especializadas e garden centers. Alternativamente, pode-se preparar uma mistura caseira. Como o antúrio é originário de florestas da região amazônica, seu solo deve ser bem rico em matéria orgânica. Uma proporção apropriada para o cultivo desta planta é obtida com uma parte de terra vegetal, uma de areia e duas de composto orgânico.

O vaso para o cultivo do antúrio deve ser montado da seguinte maneira. No fundo, vai uma camada de drenagem, que pode ser composta por brita, argila expandida ou pedrisco. Por cima, pode-se posicionar uma manta geotêxtil, para evitar que o substrato escape durante as regas. Depois, é só completar com o substrato de sua preferência. Lembrando que o vaso não pode ser muito maior do que a planta. O ideal é que haja uma proporcionalidade entre o tamanho do vaso e o das raízes, para um ajuste perfeito. Com um vaso muito grande, é necessário preenchê-lo com uma grande quantidade de substrato, que acumula muita água e demora mais a secar. Este excesso de umidade pode causar o apodrecimento das raízes.

Como o solo já é rico em matéria orgânica, não é necessário um esquema muito elaborado de adubação para o cultivo do antúrio. Uma fórmula básica de manutenção, do tipo NPK, com níveis equilibrados destes nutrientes, pode ser aplicada quinzenalmente. Caso o antúrio não esteja florescendo, pode-se aplicar um adubo mais rico em fósforo, a letra P do NPK, para estimular a floração.


Outro fator essencial para uma boa floração do Anthurium andraeanum é a luminosidade. Em seu habitat original, o antúrio está sempre protegido dos raios solares diretos pela copa das árvores. Sendo assim, no cultivo doméstico, deve-se proporcionar uma boa luminosidade indireta, para que a planta possa se desenvolver e florescer a contento. Dentro de casas e apartamentos, o ideal é que o antúrio fique próximo a uma janela bem iluminada.

Existe um mito de que plantas dentro de casa, ou no quarto, fazem mal à saúde humana. Pelo contrário, estudos conduzidos pela agência espacial americana chegaram à conclusão de que diversas plantas de interiores, bastante comuns, como o antúrio e o lírio da paz, são capazes de absorver compostos tóxicos do ar, produzidos por diferentes emissores de poluição nas grandes cidades, tais como tolueno, amônia, formaldeído e xileno. Portanto, ter uma planta dentro de casa, além de tornar o ambiente mais bonito e agradável, ajuda a purificá-lo, literalmente.

Como nem tudo são flores, o antúrio apresenta um pequeno problema. Tanto suas folhas como suas flores são tóxicas se ingeridas acidentalmente por crianças ou animais domésticos. Esta é uma característica dos representantes da família Araceae, da qual o Anthurium andraeanum faz parte. Seus tecidos vegetais são ricos em saponinas e cristais de oxalato de cálcio, que causam irritações quando entram em contato com as mucosas de mamíferos. Portanto, é fundamental que se tome o cuidado de manter o antúrio longe do alcance de pequenos indefesos.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil