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Orquídea Oncidium flexuosum


Orquídea Oncidium flexuosum
| Oncidium flexuosum |

Diversas espécies de orquídeas pertencentes ao gênero botânico Oncidium costumam compensar o tamanho reduzido de suas flores produzindo-as em abundância, ao longo de exuberantes hastes capazes de atrair a atenção dos agentes polinizadores. É o caso da orquídea Oncidium flexuosum, cujas delicadas flores amarelas produzem um belíssimo efeito visual, frequentemente comparado a uma chuva de ouro.

A espécie Oncidium flexuosum também pode ser chamada de orquídea bailarina, ou dancing ladies, damas dançantes, em países de língua inglesa. Não se tratam de apelidos exclusivos, no entanto. Diversas espécies e híbridos de Oncidium são popularmente conhecidos por estes termos. Aqui no blog, já apresentamos o famoso híbrido Oncidium Aloha 'Iwanaga' e a espécie Oncidium sphacelatum, que também produzem generosas cascatas de flores douradas.


A orquídea Oncidium flexuosum é nativa de vários estados brasileiros, com uma concentração nas regiões sul e sudeste do país. Esta espécie também é originária de outros países, como Argentina, Paraguai e Uruguai. Sua descrição ocorreu há mais de dois séculos, em 1820, e foi realizada pelo botânico alemão Conrad Loddiges.

Esta é uma espécie tipicamente epífita, que vive aderida aos troncos das árvores, em regiões de clima tropical e subtropical. As raízes são aéreas e nutrem-se da matéria orgânica provida pelos componentes das florestas, fauna e flora. Nenhum nutriente é retirado da planta hospedeira, que atua apenas como um suporte físico.

Os pseudobulbos do Oncidium flexuosum são ovoides, achatados lateralmente, e produzem duas grandes folhas em forma de lança, a partir de sua porção apical. A haste floral nasce a partir da base lateral do pseudobulbo e pode atingir um metro de comprimento, ramificando-se e produzindo incontáveis flores amarelas em suas extremidades. Nesta espécie, particularmente, as flores não exalam um perfume pronunciado.


As graciosas saias rodadas observadas nas flores da orquídea Oncidium flexuosum são tecnicamente denominadas labelo, do latim labelum. Trata-se de uma pétala modificada, que tem como função ser bastante vistosa para atrair os agentes polinizadores da flor. Outra estrutura digna de nota é o calo central, formado por pequenas protuberâncias na região acima do labelo, responsáveis pelo nome científico do gênero. Oncidium é uma latinização das palavras gregas onkos, que significa inchaço, intumescimento, e idium, sufixo para diminuto, de modo que a tradução seria pequeno tumor.

As orquídeas híbridas oriundas do Oncidium flexuosum, como o Oncidium Aloha, podem florescer ao longo de todo o ano, sem uma estação definida. Já a espécie pura costuma florescer durante os meses do inverno e verão, podendo ocorrer duas florações em um mesmo ano.

Para tanto, o Oncidium flexuosum precisa ser cultivado em um ambiente com bastante luminosidade, mas sem sol direto, que pode causar queimaduras em suas folhas. Estas lesões tornam-se a porta de entrada para fungos e bactérias, que podem se alastrar e destruir a planta. O ideal é manter esta orquídea sob uma tela de sombreamento ou pergolado, capazes de reter 50% da radiação solar.


Dentro de casas e apartamentos, o Oncidium flexuosum pode ser cultivado bem próximo a uma janela que receba bastante luminosidade, preferencialmente com algumas horas de sol direto por dia, no início da manhã ou no final da tarde. Janelas face oeste, que recebem o sol mais intenso da tarde, devem ser protegidas por uma cortina fina.

As raízes da orquídea Oncidium flexuosum são particularmente sensíveis ao excesso de umidade, principalmente quando são mantidas dentro de vasos. Nesta situação, é importante garantir uma boa aeração a estas estruturas, através de um substrato próprio para o cultivo de orquídeas epífitas. Geralmente, este material é composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. O Oncidium flexuosum também vai muito bem em vasos com brita pura ou casca de macadâmia, situações nas quais as regas podem ser mais frequentes.

O segredo para um cultivo bem sucedido desta orquídea é sempre evitar o excesso de regas, ao mesmo tempo em que níveis adequados de umidade relativa do ar, acima de 60%, são mantidos no ambiente. As regas somente devem ocorrer quando o substrato estiver bem seco, independentemente da periodicidade.


Os vasos para o cultivo do Oncidium flexuosum podem ser de plástico ou barro. Este último costuma ser o preferido dos cultivadores, por ser mais poroso e possuir furos nas laterais, permitindo uma boa ventilação das raízes e uma secagem mais rápida do substrato. O vaso de plástico costuma ser escolhido por quem tem grandes coleções e se preocupa com o peso, principalmente em varandas de apartamentos. Além disso, eles são mais seguros para serem pendurados. O problema é que este material tende a reter a umidade do substrato por mais tempo, de modo que as regas devem ser mais espaçadas.

Para quem possui ambientes com bastante umidade e protegidos da incidência de correntes de vento, a orquídea Oncidium flexuosum pode ser cultivada em pedaços de madeira, com ranhuras, cascas rugosas de árvores, como a peroba, ou cachepots feitos de ripas. Nestes casos, as regas podem ser mais frequentes, já que as raízes estão aéreas e secam rapidamente.

A adubação do Oncidium flexuosum pode ser orgânica ou inorgânica, dependendo da preferência do cultivador. Por uma questão de praticidade, costumo utilizar fórmulas do tipo NPK, com macro e micronutrientes. Gosto de alternar formulações de manutenção, com níveis equilibrados de nitrogênio, fósforo e potássio, com fertilizantes destinados a induzir a floração, mais ricos em fósforo. Faço aplicações semanais, com metade da dose recomendada pelo fabricante.


É importante estar atento ao fato de que o excesso de adubo, principalmente se for do tipo inorgânico, causa o acúmulo de sais minerais no substrato, que prejudica o desenvolvimento das raízes. Um dos sinais de que este problema está acontecendo consiste no surgimento de queimaduras nas pontas das folhas. Portanto, é aconselhável que o vaso com o Oncidium flexuosum seja abundantemente lavado, debaixo de uma corrente de água, de tempos em tempos, para eliminar estes resíduos da adubação.

A multiplicação do Oncidium flexuosum ocorre através da divisão de sua touceira. Neste processo, é importante que cada segmento fique com, no mínimo, três pseudobulbos cada. Desta forma, haverá uma reserva de nutrientes para que novos brotos sejam formados. Recomenda-se realizar esta divisão após o término da floração e do período de dormência. Basta aguardar que a orquídea comece a emitir novas raízes e produzir novas brotações.

Por ser uma orquídea bastante resistente, de fácil cultivo, e extremamente ornamental, o Oncidium flexuosum é uma excelente recomendação para os iniciantes no cuidado desta família botânica. Mesmo cultivadores experientes não abrem mão da generosidade de florações desta belíssima espécie brasileira.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil