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Cacto Xique Xique - Pilosocereus gounellei


Cacto Pilosocereus gounellei
| Pilosocereus gounellei |

Ainda que tenha uma aparência pouco amistosa, esta cactácea coberta por numerosos e longos espinhos tem um dos apelidos mais simpáticos dentro do universo botânico. A espécie Pilosocereus gounellei é popularmente conhecida como cacto xique xique ou cacto xiquexique. Não por acaso, esta é uma planta tipicamente brasileira, ocorrendo naturalmente nos estados da região nordeste do país, em áreas de clima semiárido. 

O cacto xique xique faz parte da vegetação característica da caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro do planeta. A distribuição da espécie Pilosocereus gounellei, nome científico do xiquexique, concentra-se nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Acredita-se, inclusive, que a cidade baiana de Xique-Xique tenha sido assim batizada em função da grande incidência do cacto de mesmo nome, em seu território.


Além de seu uso culinário, em diferentes culturas, várias cactáceas costumam servir como fonte de alimento para o gado, durante os longos períodos de estiagem, quando todas as outras espécies vegetais costumam morrer. Ao mesmo tempo em que fornecem energia aos diversos rebanhos de animais ruminantes, estes cactos também matam a sede destas criaturas, graças à sua grande capacidade de armazenamento de água em suas estruturas vegetais.

Aqui no blog, já apresentamos o cacto mandacaru, Cereus jamacaru, figueira da Índia, Opuntia ficus-indica, e cacto palma, Opuntia cochenillifera, espécies de cactáceas frequentemente fornecidas como alimento aos animais ruminantes. No entanto, quando estas alternativas se esgotam, o cacto xique xique entra em cena, exercendo um importante papel econômico de manutenção da vida destes rebanhos, durante a seca. Adicionalmente, todas estas espécies de cactos são bastante ornamentais, sendo frequentemente utilizadas no paisagismo, principalmente como cercas vivas, em áreas externas, além de comporem belíssimos pontos focais, quando cultivados em vasos, na decoração de interiores.

Quando se desenvolve em seu habitat de origem, o cacto xique xique pode atingir até quatro metros de altura. No entanto, o mais comum é que esta planta apresente um porte arbustivo, emitindo diversas ramificações laterais que lhe conferem o aspecto de um candelabro. Por este motivo, o Pilosocereus gounellei é classificado como uma cactácea de hábito candelabriforme. Adicionalmente, seus caules crescem sob a forma colunar, em contraste com outras cactáceas que desenvolvem uma aparência globular ou globosa.


Os caules do xiquexique apresentam um formato cilíndrico anguloso, de modo que alguns estudiosos o classificam como Pilosocereus polygonus. Neste caso, gounellei seria considerada uma subespécie. Pertencente ao mesmo gênero, já apresentamos o cacto azul, Pilosocereus pachycladus, aqui no blog. No caso do cacto xique xique, seus espinhos são longos, numerosos e pontiagudos, apresentando uma natureza mais agressiva. Neste sentido, é importante manusear esta cactácea com cuidado, principalmente no cultivo doméstico. Também é fundamental que a planta seja mantida fora do alcance de crianças e pets, para que acidentes não ocorram.

Mesmo em seu habitat, o xiquexique precisa passar por um procedimento que remove os espinhos, antes que ele seja fornecido ao gado como alimento. Geralmente, estas estruturas são eliminadas através do fogo. O problema é que as queimadas sucessivas acabam destruindo as sementes e ameaçando a sobrevivência da população nativa desta cactácea.

As flores do cacto xique xique são brancas, vistosas e somente desabrocham durante a noite. Quando polinizadas por insetos noturnos, produzem frutos vermelhos, que podem ser consumidos, sendo considerados bastante saborosos.


A espécie Pilosocereus gounellei é extremamente resistente e se desenvolve em solos rasos e pedregosos, geralmente pobres em matéria orgânica. Por este motivo, quando cultivada em vasos, aceita bem qualquer tipo de substrato. O importante é que o material seja bem aerado e rapidamente drenável. Uma mistura de terra vegetal e areia grossa de construção, em partes iguais, costuma suprir perfeitamente as necessidades do cacto xique xique. Convém ressaltar que a areia da praia não é propícia para o cultivo de plantas, por conter elevados níveis de salinidade.

Como as raízes do xiquexique não são muito volumosas, o vaso não precisa ser muito grande. É sempre melhor manter o tamanho do vaso proporcional ao da planta, de modo que não haja excesso de substrato. Desta maneira, o solo seca mais rapidamente e as raízes não apodrecem, em função da umidade excessiva.

Como toda cactácea, o Pilosocereus gounellei deve ser regado de forma bastante espaçada, apenas quando o substrato estiver completamente seco. Para saber o momento certo de fazer uma nova irrigação, basta colocar o dedo sobre o solo e afundar levemente. Se ele sair sujo de terra, convém aguardar mais alguns dias, até que uma nova rega possa ser efetuada.


A adubação não precisa ser muito elaborada e nem rica em compostos orgânicos. Uma formulação inorgânica, do tipo NPK, própria para a manutenção de cactos e suculentas, é suficiente para garantir um bom desenvolvimento do cacto xique xique.

No entanto, caso o intuito seja estimular a floração da planta, um adubo contendo uma proporção maior de fósforo pode ser fornecido, intercalando-o com o fertilizante de manutenção. Dentro de casas e apartamentos, no entanto, é muito difícil que este cacto floresça, já que depende de uma luminosidade intensa, com várias horas de sol direto por dia.

Varandas e coberturas bem ensolaradas são mais apropriadas para o cultivo do cacto xique xique. Em ambientes internos, é importante que o vaso fique posicionado em um local que receba bastante claridade, próximo a uma janela bem ampla, preferencialmente face norte. Convém sempre levar em consideração o fato de que esta é uma cactácea que atinge grandes proporções, demandando ambientes relativamente espaçosos para o seu cultivo.


O cacto xique xique também fica belíssimo em jardins rochosos, de inspiração desértica, cercado por outras suculentas e cactáceas. Nestes ambientes externos, desde que receba bastante luminosidade, a planta demanda pouquíssimos cuidados. O mais comum é que ela seja atacada por cochonilhas, de modo que é sempre bom fazer uma inspeção periódica. Eu sou adepto da remoção manual das pragas, antes que elas se alastrem e demandem o uso de inseticidas industrializados.

Ainda que tenha uma aparência mais rústica, e um pouco feroz, o formato de candelabro do cacto xique xique, semelhante ao das cactáceas de desenhos animados, pode torná-lo uma interessante adição ao paisagismo, seja em ambientes internos ou externos.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil