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Suculenta Haworthia coarctata


Suculenta Haworthia coarctata
| Haworthia coarctata |

Tenho um carinho especial pelas integrantes do gênero Haworthia, porque, ao contrário da maioria das suculentas, elas não necessitam de muita luminosidade para sobreviverem. São, portanto, escolhas perfeitas para quem cultiva plantas em interiores. As Haworthias integraram, recentemente, uma seleção das top dez suculentas de sombra, publicada aqui no blog. No artigo de hoje, destaco a Haworthia coarctata, espécie bastante resistente e de fácil cultivo, perfeita para quem mora em apartamentos, já que não cresce demasiadamente e se contenta com um parapeito de janela.

As suculentas do gênero Haworthia foram assim batizadas em homenagem ao entomologista britânico Adrian Hardy Haworth. São espécies típicas do continente africano, sendo predominantemente encontradas na África do Sul. Aqui no blog, já falamos sobre a Haworthia limifolia, cujas folhas onduladas lembram, de fato, pequenos instrumentos de limar. Há também um artigo sobre outra integrante do gênero, Haworthia retusa, que se parece com uma pirâmide de peças de lego, diligentemente imbricadas.


No entanto, nem todas as espécies do gênero são facilmente identificáveis. A Haworthia coarctata, por exemplo, é muito parecida com a Haworthia reinwardtii. As diferenças entre estas duas suculentas são sutis, sendo melhor percebidas quando ambas são comparadas lado a lado. De modo geral, a Haworthia coarctata possui folhas menores, mais largas e mais macias, em relação à espécie reinwardtii. Apenas para constar, outra confusão causada pelos taxonomistas é que, agora, decidiram que estas espécies pertencem a outro gênero, Haworthiopsis.

Ao contrário das espécies limifolia e retusa, já apresentadas anteriormente, a Haworthia coarctata possui o diferencial de desenvolver as suas rosetas de uma maneira bem fechada, de modo que acabam crescendo predominantemente na vertical, ficando mais altas. As folhas suculentas, em um tom de verde militar bem escuro, apresentam delicadas marcações brancas, em forma pintalgada, como podemos observar na foto de abertura deste artigo. Quando a planta é cultiva em ambientes mais ensolarados, tende a adquirir uma coloração mais avermelhada.

Com o tempo, esta suculenta vai formando touceiras com vários indivíduos, que brotam lateralmente a partir da base da planta mãe. No entanto, vale ressaltar que a Haworthia coarctata é uma planta de crescimento bastante lento. Cultivo o meu exemplar há mais de um ano e não observo grandes mudanças em sua estatura, nem um adensamento considerável de sua touceira. Outra coisa difícil de acontecer, principalmente para quem cultiva a Haworthia coarctata dentro de casas e apartamentos, é presenciar sua floração. Este é um fenômeno induzido por uma maior luminosidade, geralmente quando a suculenta é cultiva em áreas externas.


A melhor forma de propagação da Haworthia coarctata é justamente através da separação dos brotos laterais. Esta é uma suculenta que não se multiplica através de folhas colocadas em berçários. Também não é uma espécie que necessite ser podada, por ficar pescoçuda, como acontece com os representantes do gênero Echeveria, por exemplo.

O mais comum é que a Haworthia coarctata venha do produtor plantada em vasos de plástico, já com alguns indivíduos formando uma pequena touceira. Esta é uma planta ideal para ser usada como preenchimento, naquelas tradicionais bacias de suculentas, que mesclam diversas espécies para criar um ambiente de inspiração desértica. Caso se deseje transplantá-la para um recipiente mais decorativo, é importante que ele tenha furos no fundo. Além disso, é essencial que o vaso, de plástico ou de barro, contenha uma camada de drenagem, composta por pedrisco, brita ou argila expandida.

O solo ideal para o cultivo da Haworthia coarctata precisa mimetizar as condições dos ambientes áridos de origem desta espécie, devendo, portanto, ter uma composição mais arenosa. Há substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas especializadas e garden centers. Alternativamente, pode-se fazer uma versão caseira, através da mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. Existem cultivadores que adicionam matéria orgânica a esta mistura, como esterco curtido ou húmus de minhoca. Eu, particularmente, evito o uso deste material, porque cultivo as suculentas dentro do apartamento. Inevitavelmente, sua decomposição ocasionará a emissão de odores pouco agradáveis, bem como a atração de insetos indesejados.


Outro detalhe que costumo evitar, mas que muitos cultivadores utilizam, é aquela finalização de pedrisco branco sobre o substrato. Com o tempo, as pedras vão ficando cada vez mais encardidas, sendo impossível torná-las brancas novamente. Além disso, elas dificultam a aferição da umidade do substrato, que costumo fazer com a ponta do dedo, afundando levemente. Frequentemente, sei que é hora de regar apenas observado o aspecto e coloração da terra, que se torna mais esbranquiçada.

O excesso de regas é o maior inimigo da Haworthia coarctata. Frequentemente, as raízes apodrecem, se mantidas em um solo demasiadamente úmido. O mais assustador é que esta podridão avança pela planta, com grande rapidez, dizimando uma touceira em questão de poucos dias. A principal característica de um ataque por bactérias, fruto da umidade excessiva, é o forte odor desagradável que as partes vegetais amolecidas exalam. É um terror.


Uma praga que costuma atacar a Haworthia coarctata é a cochonilha, graças ao aspecto bem fechado de suas rosetas, formadas por folhas densamente imbricadas entre si. Eu costumo realizar o controle manual, atingindo-as com a ponta de um palito de madeira. Soluções de detergente líquido, como a calda de sabão, além de álcool, costumam ser algumas alternativas caseiras recomendadas para se lidar com este tipo de praga. Aqui no apartamento, tenho por princípio evitar a utilização de defensivos químicos muito agressivos, que podem causar intoxicação em humanos e animais de estimação.

De modo geral, quanto melhores forem as condições de cultivo da Haworthia coarctata, mais saudável será a suculenta e menos susceptível a doenças a planta ficará. O ideal é que ela receba uma boa luminosidade filtrada, sem muito sol direto, em um ambiente com boa ventilação. As regas devem ser bem espadas, ocorrendo apenas quando o substrato estiver completamente seco. Eu costumo evitar molhar a planta por cima, durante as regas. Para tanto, uso um jato bem fino, com o pulverizador, para regar apenas o substrato, sem que a água fique acumulada nos diversos interstícios entre as folhas.

Pode parecer complicado e trabalhoso, mas o fato é que a Haworthia coarctata é um suculenta de fácil cultivo, requerendo pouca manutenção. Tudo o que ela precisa é de um pouco de água, esporadicamente. Trata-se de uma excelente opção para quem dispõe de pouco espaço e luminosidade. Além disso, seu aspecto exótico enriquece qualquer coleção de suculentas.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil