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A Horta Comunitária do Centro Cultural São Paulo


Horta Comunitária CCSP
| Horta Comunitária CCSP |

Quem mora em apartamento conhece bem a dor de não ter um pedacinho de terra para plantar. Ainda que seja possível cultivar alguns vegetais em vasos, em pequenos espaços, o grande desafio para os horticultores urbanos está nos baixos níveis de luminosidade presente nos ambientes domésticos, notadamente na ausência de várias horas de sol pleno diárias, fundamentais para o bom desenvolvimento dos componentes de uma horta decente.

Neste contexto, as hortas comunitárias são excelentes opções para aqueles que desejam se dedicar à arte de cultivar seu próprio alimento, sem a utilização de agrotóxicos e demais produtos industrializados. Construídos e geridos de forma colaborativa, estes pequenos oásis em meio ao caos urbano estão acessíveis a todos, em diversos locais espalhados pelas grandes cidades.


A horta urbana em destaque, no artigo de hoje, foi construída em um local bem inusitado, o rooftop de um centro cultural. A poucos minutos da Avenida Paulista, espremida entre ruas e avenidas movimentadas, entre as estações Paraíso e Vergueiro do Metrô, esconde-se a Horta Comunitária do Centro Cultural São Paulo. 

Horta Comunitária CCSP
Horta Comunitária CCSP

Este cantinho verde, calmo e aconchegante, que nos remete ao clima da roça, disputa espaço em meio aos arranha-céus da capital paulista. A horta comunitária fica de frente para a Avenida 23 de Maio, bem atrás dos letreiros do Centro Cultural São Paulo, sobre a fachada principal do complexo.


Ainda que esteja na cobertura do edifício, a horta não fica em um local muito elevado. Inaugurado em 1982, o Centro Cultural São Paulo se espalha ao longo de um desnível, entre a Rua Vergueiro e a Avenida 23 de Maio. Trata-se de uma edificação de 46.500 metros quadrados, distribuídos ao longo de quatro pavimentos, que abrigam diversas bibliotecas, espaços expositivos, teatros e cinema, entre outras instalações. 

Horta Comunitária CCSP
Horta Comunitária CCSP

O rooftop é formado por duas imensas áreas verdes, compostas por um gramado com agapantos nas laterais. A horta comunitária ocupa uma pequena porção de uma destas áreas. O restante do espaço é acessível ao público frequentador do Centro Cultural São Paulo, que pode fazer uma leitura, tomar um banho de sol ou brincar com as crianças. Além disso, o paisagismo também está bastante presente nas demais localidades do complexo, sob a forma de outros jardins suspensos.


Ao visitarem a Horta Comunitária do Centro Cultural São Paulo, os mais desavisados podem ter a primeira impressão de que estão diante de um matagal. Não por acaso, eles já se deparam com uma placa, onde se lê: "Que bagunça! Cadê as fileiras de alface?". A seguir, vem a explicação. Na verdade, esta é uma iniciativa que se baseia nos princípios da agroecologia. De acordo com estas diretrizes, os alimentos são cultivados com base no respeito ao meio ambiente.

Horta Comunitária CCSP
Horta Comunitária CCSP

Seguindo esta perspectiva ecológica de cultivo dos alimentos, os hortelões se preocupam com a manutenção da saúde do solo, vetando completamente a utilização de pesticidas e fertilizantes industrializados. Embora a horta comunitária seja um espaço democrático, acessível a todos que queiram plantar e colher, existem regras a serem seguidas.


Ao invés de priorizar a máxima produtividade, a horta comunitária do CCSP é construída com base na consorciação de culturas, agrupando espécies vegetais que têm afinidades, umas em relação às outras, sendo por isso chamadas de plantas companheiras. Além de diminuir a incidência de pragas e doenças na lavoura, esta técnica agrícola ajuda a preservar as propriedades do solo, ao longo do tempo.

Horta Comunitária CCSP
Horta Comunitária CCSP

Aqueles canteirinhos formados apenas por couve, outros contendo apenas tomate, e assim por diante, acabam reproduzindo a visão de monocultura do plantio profissional, em escala industrial. Além de exaurir rapidamente o solo, esta prática torna os vegetais extremamente susceptíveis a pragas e doenças. Um único fungo, por exemplo, pode facilmente dizimar a plantação toda, já que não há diversidade, todos os indivíduos são geneticamente idênticos. É este o problema que o plantio, aparentemente desorganizado da horta comunitária do CCSP, busca evitar.


Entre as diferentes espécies plantadas na horta comunitária, distribuídas ao longo dos vários níveis do terreno, estão: cavalinha, sálvia, alecrim, alfazema, carqueja, tomilho, orégano, hortelã, manjericão, mil folhas, capim santo, citronela, erva doce, arruda, pimentão, menta, babosa, chuchu, salsa, cebolinha, pimenta, berinjela, espinafre, capuchinha, aveia preta, milho, mucuna, crotalária, tremoço, confrei, capim santo, cará, alho, grão de bico, fava, feijão guandu, feijão porco, tomate, entre outras.

Além disso, vale sempre lembrar que muitas plantas, popularmente chamadas de ervas daninhas ou simplesmente mato, são comestíveis e nutritivas. As PANCs, plantas alimentícias não convencionais, vêm cada vez mais ganhando a atenção dos cultivadores, que passaram a dar importância a estas espécies vegetais resistentes e de fácil cultivo, que frequentemente surgem de forma espontânea, em todos os lugares. Na horta comunitária do CCSP, estes simpáticos matinhos não são sistematicamente arrancados.

Horta Comunitária CCSP
Horta Comunitária CCSP

Além das diversas plantações, o espaço também abriga composteira, berçário de mudas, bananeiras, e colmeias para abelhas nativas sem ferrão, da espécie Plebeia droryana, popularmente conhecida como mirim.


As atividades na Horta Comunitária do Centro Cultural São Paulo tiveram início em 2013. Na comemoração dos nove anos de vida desta iniciativa, houve um evento com troca de mudas e sementes, oficina de compostagem, contação de histórias e piquenique.

Em 2021, a horta comunitária CCSP passou a fazer parte da plataforma Sampa+Rural, iniciativa que compila as zonas rurais inseridas na cidade de São Paulo, com espaços que priorizam a agricultura, turismo e alimentação saudável.

Horta Comunitária CCSP
Horta Comunitária CCSP

Para fazer parte desta belíssima iniciativa em prol do meio ambiente e de uma melhor qualidade de vida nos centros urbanos, basta entrar em contato com as páginas acima, através das redes sociais. Os mutirões de cultivo costumam acontecer aos finais de semana.

Existem diversas outras hortas comunitárias espalhadas pela cidade de São Paulo, tais como a Horta das Corujas, na Vila Madalena, Horta do Ciclista, na Avenida Paulista, Horta das Flores, na Mooca, entre várias outros projetos voltados à agricultura urbana.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil