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Cacto Hatiora salicornioides


Cacto Hatiora salicornioides
| Hatiora salicornioides |

Embora guarde poucas semelhanças com as cactáceas típicas que estamos acostumados a ver, em filmes e desenhos animados, este é um genuíno cacto brasileiro. Ainda que não tenha um nome popular famoso, por aqui, a espécie Hatiora salicornioides, também conhecida como Rhipsalis salicornioides, recebe curiosos apelidos, em países de língua inglesa. O mais conhecido é dancing bones, ossos dançantes. Por esta razão, há quem chame esta planta de cacto osso.

O cacto Hatiora salicornioides pertence à subtribo Rhipsalideae, dentro da família botânica Cactaceae. Isto o torna parente do famoso cacto macarrão, Rhipsalis baccifera, bem como das espécies Rhipsalis cereuscula (cacto coral) e Rhipsalis pilocarpa, já apresentadas anteriormente, aqui no blog. O nome da espécie, salicornioides, significa semelhante à Salicornia, um outro gênero de plantas suculentas.


Ao contrário das cactáceas mais conhecidas, estas espécies de Rhipsalis e Hatiora apreciam locais mais sombreados, possuindo um hábito de vida epífito, crescendo sobre os troncos das árvores, protegidas por suas copas. É importante salientar que não se tratam de plantas parasitas. Suas raízes apenas apoiam-se sobre outros vegetais. A Hatiora salicornioides é nativamente encontrada ao longo de uma extensa área brasileira, desde o nordeste, passando pelo sudeste, até o sul do país, em regiões próximas à costa.

A espécie Rhipsalis salicornioides foi descrita pelo botânico inglês Adrian Hardy Haworth, em 1819. Quase um século depois, em 1915, este cacto foi reclassificado e transferido para o gênero Hatiora.

Esta é uma cactácea que apresenta um porte ereto, bastante ramificado, em sua fase juvenil de desenvolvimento. À medida em que a planta amadurece, seus caules vão se tornando pendentes, formando uma touceira bastante ornamental.

As flores do cacto Hatiora salicornioides apresentam um tom bem intenso de amarelo gema, surgindo nas extremidades dos segmentos mais jovens da planta. A época de floração mais típica para esta espécie compreende o final do inverno e início da primavera.


Ainda que possa ser cultivado em áreas externas, mais sombreadas, o cacto Hatiora salicornioides é uma perfeita planta de interior. Assim como diversas outras cactáceas epífitas, esta espécie aprecia a luminosidade difusa e indireta que podemos proporcionar, dentro de nossas casas e apartamentos. Ainda assim, para que possa florescer, a planta precisa ficar posicionada em um local próximo a uma janela bem iluminada.

Existe uma grande variedade de substratos que podem ser utilizados para o cultivo da Hatiora salicornioides. Como planta epífita, ela aprecia os mesmos materiais comumente utilizados no cultivo de orquídeas. Sendo assim, uma mistura de casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco pode ser utilizada como substrato. Além disso, este cacto pode ser cultivado em musgo sphagnum. Por fim, existem cultivadores que utilizam a mistura clássica de terra vegetal e areia grossa, adicionada de um pouco de matéria orgânica, como húmus de minhoca ou esterco curtido.

O importante é que as raízes não fiquem muito compactadas sob o substrato. Além disso, o material precisa ter uma excelente drenagem, de modo que a água proveniente das regas possa escoar rapidamente. Portanto, é essencial que o vaso tenha furos no fundo e uma camada de drenagem, composta por argila expandida ou cacos de telha.


As regas devem ser mais frequentes, quando comparadas àquelas aplicadas aos cactos convencionais. O substrato deve ser mantido levemente úmido, sem secar demasiadamente, entre uma irrigação e outra. Por outro lado, como toda planta, a Hatiora salicornioides não tolera o excesso de umidade em suas raízes. Neste sentido, é sempre bom evitar o uso do pratinho sob o vaso.

Esta é uma espécie considerada de fácil cultivo, já que não precisa de muito sol, adapta-se a uma grande variedade de solos e substratos, e tolera regas um pouco mais frequentes. Obviamente, por ser originária de regiões de clima tropical e subtropical, a Hatiora salicornioides não se dá bem com temperaturas muito baixas. Esta é uma das razões pelas quais este cacto brasileiro faz tanto sucesso no exterior, como houseplant, planta cultivada dentro de casas e apartamentos.

O efeito do frio sobre esta cactácea é induzi-la a um período de dormência, onde flores e novos brotos param de ser produzidos. Por esta razão, é importante reduzir a frequência das regas, durante o inverno, quando o metabolismo da planta está menos ativo. Durante esta estação, a adubação também deve ser suspensa.


O cacto Hatiora salicornioides pode ser adubado com uma formulação própria para o cultivo de cactos e suculentas, do tipo NPK, com níveis equilibrados de macro e micronutrientes. Na natureza, aderida aos troncos das árvores, esta cactácea recebe os nutrientes de forma homeopática, trazidos pelo vento e pelas chuvas. Sendo assim, não há a necessidade de fornecer uma fertilização muito intensa. Além disso, os adubos minerais tendem a ficar acumulados no substrato, aumentando os níveis de salinidade deste material, o que é prejudicial ao desenvolvimento das raízes.

Caso o intuito seja estimular a floração da Hatiora salicornioides, um adubo mais rico em fósforo pode ser fornecido, alternando-o com a fórmula básica de manutenção. Neste caso, também é importante que a luminosidade seja abundante, porém indireta.

A multiplicação do cacto Hatiora salicornioides pode ser realizada através de estacas retiradas da planta principal. Estes segmentos podem ser colocados em um recipiente com água, para que desenvolvam novas raízes, ou plantados diretamente no solo. Neste último caso, é importante lembrar de regar o vaso com frequência. Um substrato ideal para o enraizamento de estacas é o musgo sphagnum, capaz de reter grandes quantidades de água.


De modo geral, as cactáceas não possuem substâncias tóxicas em seus tecidos vegetais. Tanto é que muitas espécies são utilizadas na alimentação, tanto de humanos como ruminantes. Sendo assim, não há evidências de que a ingestão acidental da Hatiora salicornioides, por crianças ou pets, cause algum tipo de intoxicação. Ainda assim, é sempre bom coibir este hábito, uma vez que existem plantas capazes de causar sérios problemas, quando inadvertidamente ingeridas.

O cacto Hatiora salicornioides fica belíssimo, tanto em vasos isolados como em jardins verticais. Um interessante painel de plantas pendentes pode ser formado apenas com diferentes variedades de cactos de sombra. Aqui no apartamento, venho tentando montar uma coleção de Rhipsalis e demais cactáceas que podem ser cultivadas em ambientes internos. São plantas resistentes, ornamentais e de fácil cultivo.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil