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Cacto do Peru - Cereus repandus


Cacto Cereus repandus
| Cereus repandus |

Dentre os chamados cactos colunares, esta talvez seja uma das espécies mais conhecidas e cultivadas. O cacto do Peru, cujo nome científico é Cereus repandus, pode ser encontrado em diferentes formas e variedades, o que lhe confere uma grande versatilidade, do ponto de vista ornamental. Seu nome popular origina-se de outra nomenclatura bastante utilizada para esta espécie botânica, Cereus peruvianus.

No exterior, o cacto do Peru é conhecido como Peruvian apple cactus, graças aos seus frutos esféricos e avermelhados, que lembram maçãs. Quando assume uma forma de crescimento em espiral, diferente daquela mais comumente encontrada na natureza, esta espécie costuma receber o apelido de cacto parafuso, cuja terminologia científica é Cereus peruvianus tortuosus.


Já quando o crescimento do cacto do Peru sofre uma anomalia, originando uma estrutura randômica, o resultado é a variedade popularmente conhecida como cacto monstro, Cereus peruvianus monstruosus. Trata-se de uma forma bastante apreciada e procurada pelos colecionadores, graças ao seu aspecto exótico e tamanho mais compacto, ideal para o cultivo em espaços pequenos. Seu desenvolvimento é mais lento, quando comparado à versão original.

A descrição da forma tipo do cacto do Peru, Cereus repandus, é bastante antiga, tendo ocorrida ainda no século XVIII, em 1768. Esta espécie, pertencente à família Cactaceae, ocorre nativamente em países da América tropical, sendo seu exato local de origem alvo de controvérsias. Por ser amplamente cultivado como planta ornamental, principalmente como cerca viva, o cacto do Peru encontra-se espalhado por todo o globo terrestre, em diversos países de clima tropical e subtropical.

Quando cultivado em áreas externas, o cacto do Peru pode atingir dez metros de altura. Trata-se de uma cactácea de porte imponente, que pode emitir diversos ramos laterais, como um candelabro. Os espinhos costumam ser longos e de natureza mais agressiva, ainda que existam variedades nas quais estas estruturas estão ausentes. Este é um detalhe importante a ser observado, quando da escolha do local para o uso paisagístico do Cereus repandus.


Como muitas outras cactáceas, o cacto do Peru floresce após o pôr do sol, atraindo polinizadores de hábito noturno, como morcegos. Suas flores, bastante vistosas, com múltiplas pétalas brancas, duram apenas uma noite. Os frutos são comestíveis.

O cacto do Peru é bastante resistente, de crescimento rápido e exige pouquíssima manutenção. É importante que ele seja cultivado em um local com bastante luminosidade, que receba o maior número possível de horas de sol pleno, diariamente. Dentro de casas e apartamentos, o vaso precisa ficar bem próximo a uma janela ampla, preferencialmente face norte. No entanto, seu desenvolvimento será mais satisfatório em varandas e coberturas ensolaradas. As jardineiras localizadas na parte externa das janelas, principalmente em andares mais altos, devem ser evitadas, já que o Cereus repandus tende a crescer muito, verticalmente, podendo tombar com o vento.

O vaso ideal para o cultivo do cacto do Peru é aquele mais pesado, de barro, cerâmica ou cimento, com furos no fundo. Sendo que esta cactácea tem o centro de gravidade muito alto, uma base mais densa ajuda a evitar tombamentos. No entanto, é importante que o vaso não seja excessivamente grande, em relação ao tamanho da planta. Vasos maiores requerem mais substrato para preenchê-los, o que leva a uma maior retenção da umidade.


O maior inimigo do cacto do Peru, e das cactáceas em geral, é o excesso de água ao redor das raízes. Esta situação favorece o desenvolvimento de fungos e bactérias, que causam a destruição destas estruturas. Quando atinge o caule, a podridão pode acabar com a planta, em pouco tempo. Em casos de desastres, como este, vale a pena cortar a parte superior, que ainda não foi atingida pela doença, e plantá-la em outro vaso, com substrato novo. Antes, porém, é necessário deixar o segmento cortado descansando, em um local seco e arejado, por alguns dias, até que o ferimento seja cicatrizado.

Outra ocasião em que este procedimento pode ser necessário é quando o cacto do Peru fica estiolado, seja devido à falta de luz ou ao excesso de nitrogênio na adubação. Sob estas condições, o caule fica mais fino e comprido, perdendo a capacidade de sustentar a planta. Quando o Cereus repandus retoma seu ritmo de crescimento normal, com mais luminosidade e uma adubação balanceada, sua base afunilada não se recupera, sendo necessário fazer o corte acima mencionado.

O cacto do Peru aprecia um substrato arenoso, bem aerado, que permita um bom escoamento da água, após as regas. Misturas de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais, são perfeitas para o cultivo desta cactácea. Esta espécie, particularmente, é sensível à salinidade no solo, de modo que a areia da praia deve ser evitada. Alternativamente, substratos prontos para o uso, à venda em lojas de jardinagem, podem ser utilizados.


Como as cactáceas em geral, o Cereus repandus é pouco exigente, em relação à adubação. Uma fórmula de manutenção, do tipo NPK, própria para o cultivo de cactos e suculentas, é suficiente para garantir um bom desenvolvimento do cacto do Peru. Caso o objetivo seja fazê-lo florescer, pode ser aplicada uma formulação mais rica em fósforo, elaborada para estimular a floração. Como mencionado anteriormente, é importante evitar fertilizantes ricos em nitrogênio.

Para quem tem bastante paciência, o cacto do Peru pode ser propagado através de sementes. No entanto, o método mais rápido para a multiplicação desta planta é através do plantio de estacas retiradas da planta principal. É aconselhável que este procedimento seja feito no início da primavera, quando o metabolismo do Cereus repandus encontra-se mais ativo.

A principal praga que costuma atacar o cacto do Peru é a cochonilha. Existem diversas variedades, mas as mais comuns são as que se parecem com flocos de algodão ou as de carapaça, que têm a aparência de pequenos pontos amarronzados. Estas estruturas podem ser facilmente removidas com soluções caseiras, como água e um pouco de detergente neutro. Prefiro fazer esta remoção manual, no início da infestação, para não ter que recorrer a inseticidas industrializados, mais nocivos à saúde de plantas e animais.

Ainda que o cacto do Peru seja um espetáculo em áreas externas, como cercas vivas ou pontos focais, em jardins desérticos, nada impede que um imponente exemplar adorne um canto ensolarado da sala. Eu acho chic.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil