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Orquídea Stanhopea


Orquídea Stanhopea costaricensis
| Stanhopea costaricensis |

A aparência alienígena da flor produzida por esta orquídea, pertencente ao gênero botânico Stanhopea, parece subverter a clássica regra de que as orquidáceas possuem três sépalas e três pétalas, sendo uma delas o labelo. Embora não pareça, estas estruturas estão presentes nas florações desta que é uma das orquídeas mais exóticas encontradas na natureza. Outra característica marcante das espécies de Stanhopea é o fato de suas hastes florais nascerem apontadas para baixo.

As flores da orquídea Stanhopea lembram aquelas produzidas pelas espécies dos gêneros Gongora e Coryanthes, entre outros. De fato, estas orquidáceas são geneticamente relacionadas, fazendo parte da subtribo Stanhopeinae.


A orquídea Stanhopea insignis foi a primeira espécie formalmente descrita, dentro deste gênero. Tal feito foi realizado ainda em 1829, por William Jackson Hooker, renomado botânico inglês, que foi diretor do Royal Botanic Gardens, também conhecido como Kew Gardens, em Londres. O gênero Stanhopea homenageia o então presidente da sociedade médica e botânica londrina, Philip Henry Stanhope, que detinha o título de nobreza Earl of Stanhope.

A distribuição geográfica do gênero Stanhopea se dá ao longo de boa parte do continente americano, desde o México até a Argentina. Trata-se de uma orquídea de hábito epífito, vegetando sobre os troncos das árvores de florestas úmidas e sombreadas. Seus pseudobulbos são ovoides, lateralmente achatados, portando uma grande folha plissada, em forma de lança, que surge a partir de seus ápices.

O aspecto morfológico mais interessante da orquídea Stanhopea, no entanto, fica por conta de suas curiosas florações. As hastes surgem a partir da base da planta, apontando diretamente para baixo, perpendicularmente ao solo. Por este motivo, esta é uma orquídea que não pode ser plantada em vasos convencionais. O ideal é que a Stanhopea seja cultivada em cachepots vazados, feitos com ripas de madeira, de modo a permitirem que as hastes florais despontem, sem obstruções.


As flores da orquídea Stanhopea são incrivelmente complexas e bastante perfumadas. Infelizmente, estas estruturas apresentam uma duração bastante curta, sendo que o tempo exato varia conforme a espécie. Acrescente-se ao aspecto de um alien a superfície de brilho ceroso e a consistência carnosa das flores produzidas pelas diferentes espécies de Stanhopea. Cada uma tem sua arquitetura própria, bem como mecanismos distintos de polinização.

É interessante notar que, em diversas espécies desta orquidácea, apenas abelhas pertencentes à tribo Euglossini são capazes de polinizar suas flores. Existe, inclusive, uma grande especificidade nesta relação entre orquídea e polinizador. Determinadas espécies de abelhas têm preferência pela polinização de outras determinadas espécies de Stanhopea.

Dentre as espécies mais comumente cultivadas pelos colecionadores, estão Stanhopea candida, Stanhopea grandiflora, Stanhopea oculata, e Stanhopea tigrina, entre outras.

As orquídeas do gênero Stanhopea apreciam locais com bastante luminosidade, porém sem sol direto. Ambientes protegidos por pergolados ou telas de sombreamento, capazes de reter 50% da radiação solar incidente, são ideais para se cultivar as diferentes espécies de Stanhopea.


É preciso que o ambiente de cultivo desta orquidácea apresente elevados níveis de umidade relativa do ar, preferencialmente em valores superiores a 60%. Como não pode ser cultivada em vasos, a orquídea Stanhopea precisa de bastante umidade, no ambiente e no substrato, para que não sofra um processo de desidratação. 

Neste sentido, os cachepots ou cestos vazados podem ser preenchidos com uma grande diversidade de materiais, capazes de reter a umidade ao redor das raízes da Stanhopea. É preciso que estes elementos tenham uma granulação grande, para que não escapem através das fendas dos recipientes. Muitos cultivadores gostam de utilizar o musgo sphagnum, uma vez que suas fibras são capazes de reter uma grande quantidade de água. O substrato clássico para o cultivo de plantas epífitas, composto por casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco, também pode ser utilizado, desde que o material não seja muito triturado.

Por fim, elementos menos convencionais como a brita pura e cascas de macadâmia também podem preencher os recipientes vazados para o cultivo desta orquídea, desde que permitam a passagem das hastes florais, que surgem a partir da base da planta, em direção ao solo.


As regas devem ser frequentes, de modo a manterem o substrato sempre levemente úmido, nunca encharcado. Por serem cultivadas em recipientes vazados, as raízes da orquídea Stanhopea têm a possibilidade de secar rapidamente, após as irrigações. Neste sentido, é importante que os cachepots fiquem em um ambiente com uma boa circulação de ar, mas sem a incidência de correntes de vento. 

A orquídea Stanhopea pode receber uma adubação orgânica, mas este material tende a escoar rapidamente, com a água das regas. Alguns cultivadores costumam colocar o composto orgânico dentro de recipientes de tule, para que liberem os nutrientes de forma gradual. Por uma questão de praticidade, outros recorrem aos adubos minerais, inorgânicos, do tipo NPK. Existem fórmulas de manutenção, com níveis equilibrados destes macronutrientes, e formulações destinadas a estimular a floração, sendo mais enriquecidas com o elemento fósforo. Em ambos os casos, é importante que estes adubos também contenham micronutrientes.

Aqui no apartamento, faço aplicações alternadas, com adubos de manutenção e floração, semanalmente, utilizando metade da dose recomendada pelos fabricantes. É importante evitar o acúmulo de sais minerais no substrato, provenientes da fertilização. Um sinal de que este problema está acontecendo pode ser percebido através do ressecamento e queimadura nas pontas das folhas da Stanhopea. Neste caso, a solução é bastante simples, bastando lavar o substrato com água em abundância.


A multiplicação da Stanhopea é bastante tranquila. Esta é uma orquídea que forma grandes touceiras, de modo que, para a obtenção de novas mudas, basta fazer a divisão do rizoma. Neste processo, ao menos três pseudobulbos devem ficar interligados, em cada segmento. O melhor momento para se efetuar este procedimento é quando a orquídea estiver emitindo novas raízes e brotações.

Embora esta não seja considerada uma orquídea de fácil cultivo, ela é bastante apreciada pelos colecionadores, graças ao formato extravagante de suas florações, seu intenso perfume, e a capacidade de atrair abelhas do gênero Euglossa. Ainda que seja bastante difícil fazer a Stanhopea florescer, dentro de casas e apartamentos, ela pode ser tranquilamente cultivada em coberturas, varandas e jardineiras externas, desde que bem iluminadas e protegidas do sol pleno mais intenso.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil