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Orquídea Cattleya forbesii


Orquídea Cattleya forbesii
| Cattleya forbesii |

A partir dos ápices dos pseudobulbos das orquídeas representantes do gênero Cattleya, podem surgir uma ou duas folhas coriáceas, de tamanhos variados, conforme a espécie. Sendo assim, podemos ter Cattleyas mono ou bifoliadas. A Cattleya forbesii, estrela do artigo de hoje, é uma integrante desta última categoria de orquídeas. Por ser uma espécie que apresenta pétalas e sépalas mais delgadas, em suas flores, com uma coloração pouco chamativa, a Cattleya forbesii não desfruta de todo o prestígio e glamour associados a outras orquídeas queridinhas dos colecionadores.

Ao contrário das clássicas orquídeas monofoliadas, como a Cattleya labiata e Cattlea waleriana, que apresentam pseudobulbos afunilados nas extremidades, com uma grande circunferência na porção medial, assemelhando-se a zeppelins, a Cattleya forbesii apresenta pseudobulbos mais finos e compridos, com o diâmetro semelhante ao de um lápis. Esta é uma característica comum das espécies de Cattleya bifoliadas, como é o caso da orquídea Cattleya bicolor, já apresentada aqui no blog.


Os botões florais da Cattleya forbesii surgem, tipicamente, de dentro de espatas ainda verdes, que são folhas modificadas, com a finalidade de proteger as florações, em seus estágios iniciais de desenvolvimento. Esta orquídea costuma produzir inflorescências portando de 2 a 5 flores, de aparência e coloração bastante discretas. Eu adoro as flores da Cattleya forbesii, que podem apresentar algumas variedades, com nuances diferentes de verde claro, amarelo, castanho ou rosado. O destaque fica por conta do labelo, a pétala modificada que costuma ser mais colorida e chamativa, uma vez que tem a função de atrair os insetos polinizadores para as estruturas reprodutoras da flor.

Este é outro caso em que a variedade alba não é, necessariamente, uma orquídea branca. Embora haja cultivadores que apresentem, equivocadamente, exemplares brancos de Cattleya forbesii, como se fossem formas albinas, o fato é que, no caso particular desta espécie botânica, a variedade alba apresenta pétalas e sépalas verdes, com o labelo branco. Como não existe Cattleya forbesii completamente branca, o mais provável é que se trate de um híbrido.

A Cattleya forbesii é uma espécie tipicamente brasileira, habitando regiões litorâneas, na Mata Atlântica, ao longo dos estados do sul e sudeste do país. Ainda assim, esta orquídea se adapta bem ao cultivo em regiões de altitudes mais elevadas, como o planalto paulista, em São Paulo, onde fica o apê. Por ser uma orquídea menos cobiçada pelos coletores ilegais destas plantas, ainda é possível encontrar quantidades razoáveis de espécies nativas, nas áreas que restaram da nossa Mata Atlântica. Além disso, é grande o número de exemplares produzidos em laboratório, de forma legal, especificamente para suprir o mercado consumidor.


A floração da Cattleya forbesii ocorre durante os meses mais quentes do ano, na primavera e verão. Para que isso aconteça, é necessário que esta orquídea seja cultivada em ambientes com bastante luminosidade, porém sem sol direto. O objetivo é mimetizar a situação na qual a Cattleya forbesii se encontra, nas florestas tropicais, beneficiando-se da luz filtrada proporcionada pelas copas das árvores. Nos ambientes domésticos de cultivo, o ideal é utilizar telas de sombreamentos, capazes de reter 50% da intensidade dos raios solares. Dentro de casas e apartamentos, é importante que a orquídea fique o mais próximo possível de uma janela bem iluminada. Deve-se, no entanto, tomar cuidado com as janelas face oeste, que recebem todo o sol da tarde, situação que pode causar queimaduras nas folhas desta orquídea. O sol da manhã, por outro lado, é mais ameno e bastante benéfico ao desenvolvimento das orquídeas, de modo geral.

A forma ideal de cultivar a Cattleya forbesii, evidentemente, é afixando-a aos troncos de árvores, cujas copas não sejam densas demais, e cujos troncos não soltem a periderme, prejudicando a fixação das raízes. Sob estas condições, a planta sobrevive com o que a natureza oferece, não sendo necessário se preocupar com regas ou adubações.

Quando esta forma de cultivo não é viável, a Cattleya forbesii pode ser colocada em pedaços de madeira, cachepots vazados, feitos com ripas deste mesmo material, pedaços de troncos ou cascas de árvores, tais como a peroba. Neste caso, as regas devem ser frequentes, já que as raízes secam mais rapidamente. Além disso, é importante que os níveis de umidade relativa do ar sejam elevados, no ambiente de cultivo.


Dentro de casas e apartamentos, onde o ambiente costuma mais seco, o ideal é recorrer aos vasos e substratos, para um cultivo mais prático da Cattleya forbesii. Existem materiais próprios para o cultivo de orquídeas epífitas, à venda em lojas de jardinagem. Geralmente, estes substratos são preparados com casca de pinus, carvão vegetal e fibra de coco. Há, ainda, quem adicione musgo sphagnum ou brita, conforme a preferência ou necessidade do cultivador. O importante é que o material seja aerado, sem sofrer compactação, permita uma rápida drenagem da água das regas e sirva de suporte físico às raízes da orquídea.

Os vasos para o cultivo da Cattleya forbesii podem ser de terracota ou plástico. O primeiro material, por ser mais poroso, permite que o substrato seque mais rapidamente. O vaso de barro costuma ser o mais recomendado para o cultivo de orquídeas epífitas. Há, inclusive, modelos próprios para este fim, confeccionados com furos nas laterais, sendo mais largos e rasos. O vaso de plástico apresenta a vantagem de ser mais leve e barato, além de conservar a umidade do subtrato por um período mais prolongado. Esta é a opção que utilizo, aqui no apartamento.

A frequência das regas da orquídea Cattleya forbesii vai depender dos materiais escolhidos como vasos e substratos. Independentemente da periodicidade, é importante regar apenas quando o substrato estiver razoavelmente seco. Pode-se, simplesmente, colocar o dedo sobre o material e afundar levemente. Se estiver úmido, deixamos para regar em uma outra ocasião. O melhor horário para as regas é durante a manhã, já que a orquídea terá o dia todo para que o excesso de água seja evaporado do entorno de suas raízes.


A adubação da Cattleya forbesii deve dar suporte nutricional às diferentes etapas do desenvolvimento da orquídea. Ela pode ser orgânica, composta por bokashi, torta de mamona ou farinha de osso, entre outros materiais, ou inorgânica, do tipo NPK, com macro e micronutrientes. A vantagem deste último é que os elementos químicos estão sob a forma livre, sendo facilmente absorvidos pelas raízes das orquídeas. Já os fertilizantes orgânicos precisam sofrer um processo de decomposição, para somente então liberarem os nutrientes às raízes. Aqui no apartamento, costumo alternar fórmulas de manutenção (NPK equilibrado) com aquelas destinadas à indução da floração (mais ricas em fósforo), semanalmente, utilizando metade da dose recomendada pelo fabricante. É importante tomar este cuidado para evitar o acúmulo de sais minerais no substrato, que podem causar danos às raízes da orquídea.

Ainda que seja uma espécie de patinho feio das orquídeas, há muitos colecionadores que adoram a Cattleya forbesii. Eu, apesar de não ser colecionador, mas um mero curioso apreciador, gosto bastante desta espécie, pela qual tenho um carinho enorme. Meu sonho sempre foi encontrar uma Cattleya forbesii rosada, que é uma forma mais rara na natureza.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil