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Cacto Azul - Pilosocereus pachycladus


Cacto Pilosocereus pachycladus
| Pilosocereus pachycladus |

Sonho de consumo de todo colecionador de cactos e suculentas, o Pilosocereus pachycladus apresenta uma belíssima coloração azul, rara entre os seres vivos. Do mesmo modo que as flores azuis são mais difíceis de serem encontradas, na natureza, há poucas cactáceas que exibem este matiz. Ainda que o termo cacto azul possa ser popularmente aplicado a outras cactáceas, o Pilosocereus pachycladus é o representante mais conhecido e cultivado. No Brasil, o cacto azul também é conhecido como facheiro azul ou mandacaru azul.

O gênero Pilosocereus, ao qual o cacto azul pertence, faz parte da família botânica Cactaceae. Alguns sites informam, erroneamente, que se trata de uma euforbiácea. Para não errar, basta observar que todos os gêneros que possuem o termo Cereus no nome são exemplos de cactáceas. No caso do cacto azul, o termo Pilosocereus é fruto da junção das palavras piloso, que significa com pelos, peludo, e Cereus, nome de um dos gêneros mais famosos de cactos. Aqui no blog, já apresentamos o clássico Acanthocereus tegragonus, popularmente conhecido como cacto castelo de fada.


A família Cactaceae é tão diversificada que seus representantes podem apresentar os mais diferentes formatos. Existem os cactos globulares ou globosos, cujo exemplo mais icônico vem da espécie Melocactus zehntneri, frequentemente apelidado de cacto coroa de frade. Também existem cactos de hábito epífito, com o aspecto pendente, como o clássico cacto macarrão, Rhipsalis baccifera. Por fim, temos os cactos mais típicos, que são os colunares. É este o formato apresentado pelo cacto azul, Pilosocereus pachycladus. Por este motivo, ele é conhecido como blue columnar cactus, em países de língua inglesa.

O cacto azul pertence a uma espécie tipicamente brasileira, endêmica da região nordeste do país. Ele é parente do cacto xique xique, Pilosocereus gounellei, e do Pilosocereus magnificus, que também apresenta uma belíssima coloração azulada. Praticamente todos os estados nordestinos apresentam a ocorrência natural de Pilosocereus pachycladus. Por este motivo, uma sinonímia curiosa para o nome científico do cacto azul é Pseudopilocereus pernambucoensis.

Além de sua belíssima coloração cerúlea ou turquesa, esta cactácea azulada caracteriza-se pela produção de vários ramos laterais, que surgem a partir da base da coluna principal. Na natureza, o cacto azul pode atingir grandes proporções, chegando a 10 metros de altura, com a aparência de uma árvore, repleta de ramificações. No cultivo doméstico, principalmente em vasos, o porte do Pilosocereus pachycladus costuma ser menor.


Assim como o cacto coroa de frade, o cacto azul produz uma espécie de cefálio, a partir do ápice da sua coluna principal. Neste caso, o temo botânico correto é pseudocefálio ou psedocephalium. Esta estrutura somente surge em exemplares maduros. Trata-se de um segmento apical diferenciado, cujas auréolas apresentam uma quantidade maior de pelos, sendo elas as responsáveis pela produção de flores, frutos e sementes. Esta é a porção reprodutiva do cacto azul.

As flores do cacto azul são brancas, discretas, que desabrocham a partir de botões florais em uma coloração bem fechada de púrpura. Esta é uma espécie que costuma florescer durante o verão. No entanto, somente exemplares adultos, geralmente portando mais de um metro de altura, são capazes de produzir florações. Além disso, é necessário que o cacto azul seja cultivado em áreas externas, sob sol pleno, para que suas flores possam surgir.

Ainda assim, é possível cultivar o cacto azul dentro de casas e apartamentos, desde que ele fique em um local que receba algumas horas de sol direto por dia. Quanto mais luminosidade o Pilosocereus pachycladus receber, melhor e mais rápido será o seu desenvolvimento. Varandas ensolaradas de apartamentos também são excelentes locais para o cultivo do cacto azul. Floreiras na parte externa das janelas, no entanto, não são recomendadas, já que o cacto azul tende a ficar alto, como o passar do tempo, e pode tombar lá de cima.

O principal inimigo do cacto azul é o excesso de umidade em suas raízes. Esta condição favorece o desenvolvimento de fungos e bactérias, que podem destruir, não somente as raízes, mas a planta toda, em pouco tempo. A podridão por excesso de água costuma dizimar coleções de cactos, em uma alta velocidade.


Para que esta tragédia não ocorra, é importante que o solo seja bem arenoso, aerado e facilmente drenável. O mais seguro é utilizar substratos próprios para o cultivo de cactos e suculentas, à venda em lojas especializadas e garden centers. Caso prefira, o cultivador pode preparar uma versão caseira, que costuma ser composta por terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. É sempre bom lembrar que a areia precisa ser de construção. A areia da praia contém um índice muito alto de salinidade, que pode prejudicar o desenvolvimento das raízes do cacto azul.

Caso o Pilosocereus pachycladus seja cultivado em vaso, é importante que ele tenha furos no fundo e uma boa camada de drenagem, composta por argila expandida, brita ou qualquer outro material particulado. Uma manta geotêxtil pode ser posicionada por cima desta camada, para impedir que o substrato escoe com a água das regas. Alternativamente, há quem use o filtro de café, para esta finalidade. Para evitar que o cacto azul apodreça, é sempre bom evitar o uso do pratinho sob o vaso, que pode acumular a água das regas e promover o desenvolvimento de fungos e bactérias.

As regas do cacto azul devem ser moderadas, somente ocorrendo quando o solo estiver bem seco. Basta colocar o dedo sobre a terra e sentir a umidade do material. Durante o inverno, é importante que esta frequência seja ainda mais reduzida. Neste período, a adubação também pode ser suspensa, já que o metabolismo do cacto estará mais reduzido.


Durante a fase de crescimento, uma adubação do tipo NPK, com níveis equilibrados destes nutrientes, é suficiente para garantir um bom desenvolvimento do cacto azul. Caso a intenção seja estimular a sua floração, um fertilizante mais rico em fósforo pode ser aplicado. O ideal é utilizar metade da dose recomendada pelo fabricante, para evitar o acúmulo de sais minerais no substrato.

Uma última recomendação é evitar utilizar produtos químicos ou gordurosos, como óleo de neem, defensivos, detergentes ou brilha folha, sobre a superfície do cacto azul. Estas substâncias vão interferir na coloração desta cactácea, arruinando sua principal característica, que são as belíssimas colunas da cor do céu.

Seja no paisagismo de áreas externas ou na decoração de interiores, um belo exemplar de cacto azul é capaz de fazer toda a diferença. O fato de esta ser uma espécie tipicamente brasileira é outro forte argumento para que valorizemos sua presença em nossos lares.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil