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Aveloz - Euphorbia tirucalli


Aveloz - Euphorbia tirucalli
| Euphorbia tirucalli |

Embora seja uma suculenta, a planta popularmente chamada de aveloz ou avelós, cujo nome científico é Euphorbia tirucalli, é bastante conhecida pelos brasileiros devido às suas alegadas propriedades medicinais. Há quem afirme que o aveloz cura o câncer. No entanto, seu uso como planta medicinal ainda não tem embasamento científico. Surfando na crista da onda das houseplants, plantas cultivadas dentro de casas e apartamentos, esta euforbiácea vem fazendo sucesso no exterior, onde é apreciada por suas características ornamentais.

A planta aveloz é nativa do continente africano, podendo também ser encontrada na península arábica. A Euphorbia tirucalli possui uma grande capacidade de armazenar água em seus tecidos vegetais, sendo uma típica planta suculenta, originária de locais que apresentam um clima quente e seco.


Muito embora o aveloz seja conhecido como pencil cactus, em países de língua inglesa, não se trata de uma cactácea verdadeira. Como o seu nome científico já denuncia, esta planta suculenta é uma representante da família botânica Euphorbiaceae, que é distinta da Cactaceae. Outros nomes populares para o aveloz, no exterior, são pencil tree, milk bush e sticks on fire. Este último apelido, que pode ser traduzido livremente como palitos em chamas, deve-se à existência de uma variedade do avelós, conhecida por adquirir uma tonalidade avermelhada, bastante ornamental, que, de fato, lembra estruturas tubulares incandescentes.

Aqui no blog, já apresentamos a Euphorbia milii, cujo apelido mais famoso é coroa de Cristo. Assim como o aveloz, esta euforbiácea é bastante conhecida e frequentemente utilizada no paisagismo de áreas externas, onde se desenvolve bem sob sol pleno.

Uma característica que ajuda a distinguir as euforbiáceas das cactáceas é a presença de folhas convencionais, não suculentas, ainda que pequenas e de vida relativamente curta. É o que ocorre com o aveloz, motivo pelo qual ele também é conhecido como pau pelado ou cachorro pelado.

Outro elemento típico da Euphorbia tirucalli, presente em todas as plantas da família Euphorbiaceae, é a seiva com aspecto leitoso, bastante tóxica. A existência desta substância faz com que a ingestão acidental do aveloz cause sérios danos à saúde de pessoas e animais domésticos. O simples manuseio da planta deve ser feito com cautela e proteção, já que o contato da pele com a seiva láctea do avelós pode causar dermatites. Deve-se tomar um cuidado redobrado para evitar que esta substância atinja os olhos e mucosas.


Paradoxalmente, esta seiva tóxica do aveloz é a principal responsável pelo uso desta planta na medicina popular, em diversas culturas. É comum a utilização do aveloz no tratamento de verrugas, asma, tosse, dores e inflamações. Indo mais além, é frequente encontrarmos menções do aveloz como um tratamento na cura do câncer e no combate ao HIV. No entanto, muito embora estudos científicos estejam sendo realizados, com a seiva desta planta, ainda não há comprovação experimental de que ela tenha eficácia no tratamento de nenhuma destas doenças.

Alegações semelhantes costumam ser feitas em relação ao aranto, também conhecido como mãe de mil ou mãe de milhares, cujo nome científico é Kalanchoe daigremontiana. Assim como o aveloz, esta suculenta possui componentes tóxicos em seus tecidos vegetais, de modo que seu uso como planta medicinal deve ser feito com extremo cuidado. Outra suculenta comumente utilizada com fins terapêuticos e estéticos é a babosa, Aloe vera.

É muito comum nos depararmos com pessoas à procura de extrato de aveloz, xarope de aveloz ou tintura de aveloz. Ainda que existam relatos da eficiência terapêutica destes remédios populares, em culturas de diferentes países, é sempre importante levar em consideração a opinião de médicos, bioquímicos e cientistas, que, por ora, não recomendam o uso do aveloz como planta medicinal. Sempre lembrando que existe comprovação científica quanto à sua toxicidade sobre os organismos de pessoas e animais, em geral.

Neste contexto, ainda que utilizada com fins puramente ornamentais e paisagísticos, a Euphorbia tirucalli deve ser mantida em locais seguros, fora do alcance de crianças e animais domésticos, que podem ser intoxicados pela ingestão acidental do aveloz.


O aveloz é uma planta típica de áreas externas, uma vez que aprecia o sol pleno e pode atingir grandes proporções. Quando bem cultivada, a Euphorbia tirucalli assemelha-se a uma pequena árvore. Seu caule vai ficando cada vez mais lignificado, à medida que a planta amadurece.

Ainda assim, é possível cultivar o aveloz dentro de casas e apartamentos, desde que a planta seja mantida em um local próximo a uma janela bem ensolarada. Jardineiras na parte externa das janelas, além de varandas, são bons locais para o cultivo desta planta. Quanto maior a luminosidade fornecida ao aveloz, melhor será seu aspecto. Existem variedades que adquirem um belíssimo tom dourado avermelhado, quando cultivadas em ambientes bem iluminados. Esta mudança de coloração costuma ser mais evidente durante os meses mais frios do ano.

O aveloz deve ser cultivado como qualquer outro cacto ou planta suculenta. O solo deve ser arenoso, bem aerado e drenável. Eu costumo comprar substratos prontos, mas pode-se preparar uma versão caseira através da mistura de terra vegetal e areia grossa, em partes iguais. Quando cultivado em vasos, o aveloz necessita de uma boa camada de drenagem, no fundo, que pode ser composta por brita, argila expandida ou qualquer outro tipo de pedrisco. Como sempre, convém evitar o uso de pratinhos sob o vaso, para que a água das regas não fique acumulada. Como toda suculenta, o avelós não tolera as raízes úmidas por muito tempo.

Esta é uma planta resistente e de fácil cultivo, que tolera solos pobres em nutrientes. Neste contexto, não é necessário adicionar matéria orgânica, como esterco curtido ou húmus de minhoca, ao solo em que o aveloz é cultivado. Uma adubação química, de manutenção, do tipo NPK, pode ser fornecida, ocasionalmente. Esta é uma planta cujas florações são bastante discretas, possuindo pouca importância ornamental. Por este motivo, aquela adubação mais elaborada, rica em fósforo, também é dispensável.


É importante ter em mente que o aveloz cresce rapidamente, precisando ser replantado com frequência, caso seja cultivado em vasos. Além disso, é possível podá-lo regularmente, mas este procedimento deve ser feito com muito cuidado. O ideal é utilizar um equipamento básico de proteção, como óculos e luvas. Isto porque a seiva tóxica pode espirrar nos olhos, quando um ramo do aveloz for seccionado. Após o corte, deve-se deixar o segmento descansando, por algumas horas ou dias, até que a seiva seque. Em seguida, a estaca pode ser plantada separadamente, gerando uma nova muda.

Quando cultivado em interiores, ou em sacadas de apartamentos, o aveloz precisa sofrer rotações constantes, para evitar que seus ramos cresçam inclinados. Esta é uma excelente oportunidade para verificar se há alguma praga se escondendo no intrincado labirinto formado pelos caules desta suculenta. De modo geral, o aveloz é conhecido por ser bastante resistente ao ataque de pulgões e cochonilhas, mas é sempre bom ficar de olho.

Muito embora não seja a primeira opção de planta para se manter dentro de casas e apartamentos, o aveloz possui um aspecto exótico e ornamental, difícil de ser resistido. Sempre vale a pena ter um exemplar, ainda que temporariamente, em nossos ambientes domésticos.

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Bacharel em biologia pela Unicamp, com mestrado e doutorado em bioquímica pela Usp, escreve sobre o cultivo de orquídeas, suculentas, cactos e outras plantas dentro de casas e apartamentos.

São Paulo, SP, Brasil